SAN JUAN, 16 de out de 2007 às 22:01
Ao menos 52 enfermeiras da sala de partos do Hospital Universitário no Centro Médico desta capital, anunciaram que já não assistirão os abortos que aí se praticam porque não estão de acordo com os macabros métodos empregados e não querem pertencer ao negócio do aborto.
O caso deste hospital confirmou que a "legalidade" do aborto não troca sua essência infanticida. A publicação católica 'El Visitante' entrevistou uma porta-voz das enfermeiras. Ela assinalou que as profissionais decidiram opor-se às práticas logo que o hospital estabelecesse o "Protocolo para Terminações de Gravidez", um documento que detalha a forma em que se praticam os abortos neste hospital público.
O Visitante recordou que o Hospital Universitário é um centro de serviços a pacientes com múltiplos traumas ou condições que não podem ser atendidas por outras instituições hospitalares do país. Funciona com recursos públicos e embora o aborto não seja proibido no estado de direito vigente, a Corte Suprema dos Estados Unidos decidiu que os Estados não estão requeridos a "entrar no negócio do aborto" e que não existe um direito de ajuda governamental para praticá-lo.
Entretanto, a enfermeira entrevistada assegurou que a quantidade de abortos provocados que se praticam na área de recuperação da sala de partos do Hospital Universitário aumentou drasticamente há dois anos e se calcula que pelo menos cem crianças morreram nestes procedimentos financiados com os tributos dos porto-riquenhos.
O Protocolo em questão delimita as técnicas para abortar até os três meses de gestação e as usadas em gravidezes de quatro meses ou mais. Além disso, enumera uma lista de "feticidas" -agentes para matar o bebê dentro do ventre materno-, que se empregam depois dos quatro meses e meio de gravidez.
Um dos procedimentos abortivos mais comuns no hospital é administrar o fármaco Cytotec às gestantes, para provocar contrações e expulsar ao nascituro.
"Você sabe o que é ver o bebê movendo os pezinhos e as mãozinhas e não poder fazer nada", declarou a enfermeira lamentando não poder ajudar para salvá-los.
E é que os concebidos no segundo trimestre de gestação medem 12 centímetros e não podem sobreviver fora do ventre materno porque seus pulmões e outros órgãos vitais não estão suficientemente amadurecidos. Segundo as enfermeiras, estes bebês já expulsos se movem até morrerem asfixiados.
Outra prática freqüente no hospital é aplicar um fármaco de nome Digoxin -que serve para pacientes com problemas cardíacos- no coração do nascituro, para que morra no ventre da mãe por uma parada cardíaca. Em seguida, a gestante é submetida a uma "evacuação mecânica" ou "dilatação e evacuação". Nesta técnica, o corpo do concebido é despedaçado e extraído por partes com uma pinça.
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A "Folha Informativa e Consentimento para Terminação de Gravidez" do Hospital Universitário, indica que este método deve usar-se em gravidezes de 18 semanas ou mais. Entretanto, a enfermeira assegura ter visto abortos com o Digoxin em mulheres de até 26 semanas de gravidez, ou seja, seis meses.
Quando o pessoal da área de farmácia do Hospital Universitário soube do uso abortista do Digoxin se negou a despachá-lo. Então, uma das médicas começou a injetar água nos pulmões dos concebidos para provocar uma morte por edema pulmonar dentro do ventre materno e proceder tirar o corpo sem vida.
Entre os agentes feticidas incluídos no Protocolo do Hospital Universitário figura o cloreto de potássio, um dos três ingredientes utilizados na execução de prisioneiros sentenciados a pena de morte por injeção letal.
O cloreto de potássio provoca a parada cardíaca durante a execução. Entretanto, quem se opõe à pena de morte advertiram que sua aplicação é tão dolorosa que as normas veterinárias exigem que nos casos de eutanásia, as mascotes estejam inconscientes antes de injetar uma solução deste sal.
Segundo a enfermeira, estes abortos se justificam sob o conceito de "saúde da mãe", que inclui quadros de depressão; "más formações do feto", que inclui síndrome de Down; ou violação sexual.
"Às vezes nos colocamos a falar com as mulheres e nos dizem que na realidade não foram violadas, mas tiveram problemas com o papai da criança e não podem ter ao bebê agora", revelou a enfermeira e assegurou que elas estão "aqui para dar vida, não para tirá-la".
As enfermeiras se reuniram com a divisão legal do Departamento de Saúde, onde, receberam apoio devido a que assiste o direito à objeção de consciência.
Embora segundo a porta-voz, "a maioria dos doutores em sala de parto tampouco estão de acordo com isto", denunciou que "existem planos de contratar enfermeiras novas que assistam os abortos e designar uma área à parte dentro deste hospital público para esses fins. De ser assim, o salário deste novo pessoal e os custos de habilitar uma área separada também poderiam ficar favorecidos com recursos públicos".