VATICANO, 15 de nov de 2007 às 12:53
Hoje foi publicado o documento final conjunto da assembléia plenária da Comissão Mista Internacional para o diálogo teológico entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa, celebrado em outubro passado na Ravina, no qual pela primeira vez os ortodoxos reconhecem a existência de um tipo de "primado" do Bispo de Roma na praxe da Igreja antiga.
A assembléia esteve presidida pelo Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Cardeal Walter Kasper, e pelo Metropolita ortodoxo de Pérgamo (Patriarcado Ecumênico), S.E. Ioannis.
Ao comentar a Rádio Vaticano o documento intitulado "Conseqüências eclesiológicas e canônicas da natureza sacramental da Igreja. Comunhão eclesiástica, conciliaridade e autoridade", o Cardeal alemão indicou que o texto "fala da tensão entre autoridade e conciliaridade, ou sinodalidade a nível local, quer dizer diocesano, a nível regional e universal".
"O passo importante –explicou o Cardeal– é que pela primeira vez as Igrejas ortodoxas disseram que sim, que existe este nível universal da Igreja e que também a nível universal existe conciliaridade, sinodalidade e autoridade; quer dizer que também existe um primado: segundo a praxe da Igreja antiga, o primeiro bispo é o bispo de Roma".
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A emissora vaticano assinalou que no documento não existe um acordo em que pese a que, como assinalou o Cardeal, a comissão ainda não abordou o tema dos privilégios do Bispo de Roma, a emissora vaticana explica que "a novidade do documento consiste no fato de que pela primeira vez, os expoentes do mundo ortodoxo aceitam discutir do primado petrino e de reconhecer que na antigüidade, na ordenação primitiva dos cinco patriarcados cristãos, Roma, Constantinopla, Alexandria, Antioquia e Jerusalém, a Igreja de Roma presidia na caridade, segundo uma expressão de Santo Inácio de Antioquia".
"Este documento é um modesto primeiro passo e como tal dá esperança, mas não podemos exagerar sua importância", assinalou o Cardeal.
A declaração conjunta foi publicada hoje em Roma, Atenas, Istambul e Chipre. Em Moscou não se publicou pois a delegação da Igreja Ortodoxa Russa abandonou a assembléia plenária devido "um problema inter-ortodoxo sobre o reconhecimento da Igreja autônoma de Estoniana; há uma diferença entre Constantinopla e Moscou", explicou o Cardeal Kasper.