Um dia depois de ser batizado pelo Papa Bento XVI durante a Vigília Pascal, Magdi Allam, um famoso jornalista italiano agora ex-muçulmano, escreveu uma carta a seu jornal chamando os conversos como ele do islamismo ao catolicismo, a sair à luz publicamente; e à Igreja a ser "menos prudente" para converter a outros muçulmanos.

Allam, um egípcio de 55 anos agora católico, é o subeditor do conhecido jornal italiano Corriere della Sera. Em sua trajetória, este jornalista defendeu em 2006 ao Papa quando pronunciou o discurso em Regensburgo, Alemanha, que muitos muçulmanos interpretaram como uma perspectiva que mostra ao Islã como violento. Além disso, suas críticas às bombas suicidas palestinas em 2003, valeram-lhe várias ameaças de morte pelo qual o governo italiano lhe proporcionou proteção policial.

Em sua "carta ao editor" publicada ontem pelo Corriere della Sera, Allam explica que foi um encontro com o Santo Padre o que lhe permitiu "ver a luz, por graça divina, como um saudável e amadurecido fruto de um longo processo". Sua decisão se tornou em "uma meditação profunda e interna que não podia evitar, considerando que, por cinco anos, vivi uma vida couraçada", se referiindo à proteção policial.

"Ontem foi o dia mais formoso de minha vida, quando escolhi o nome mais simples e mais explícito. Desde ontem meu nome é Magdi Christian (cristão) Allam", escreveu.

Ao explicar as etapas de sua conversão, Allam indicou que "em algum ponto tive que tomar ações" depois de descobrir que "as raízes do mal são intrínsecas ao Islã que fisiologicamente é violento e historicamente conflitivo".

O agora católico agradece por "abraçar aos altos prelados da grande humanidade", menciona entre estes ao Cardeal Tarcisio Bertone e "especialmente ao Bispo Rino Fisichella (Bispo Auxiliar de Roma e Presidente da Pontifícia Universidade Lateranense) quem pessoalmente me guiou no caminho espiritual para aceitar a fé".

Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram

Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:

Para Allam, o fator mais decisivo foi seu encontro com o Papa "a quem admirei e defendi, como muçulmano, por seu brilhantismo ao apresentar o indissolúvel laço entre fé e razão como o alicerce da religião verdadeira".

Deste modo elogiou ao Santo Padre por aceitar "me dar pessoalmente os sacramentos", dando assim "uma explícita e revolucionária mensagem à Igreja que até o momento foi muito prudente quanto ao tema da conversão de muçulmanos".

Dirigindo-se ao editor do Corriere della Sera, Paolo Mieli, Allam lhe diz que "meerguntaste se temo pela minha vida. Está certo. Sou ciente do que vou enfrentar, mas confrontarei meu destino com a cabeça em alto, com as costas erguidas e a força interior daquele que está seguro de sua fé".

Em opinião de Allam, na Itália "há milhares de conversos do Islã que são obrigados a esconder sua nova fé". Além disso expressa sua esperança de que estes ex-muçulmanos "a partir do histórico gesto do Papa e meu testemunho, convençam-se de que chegou a hora de sair das sombras das catacumbas".

Para Yahya Pallavicini, um católico italiano que se converteu ao Islã e que é agora vice-presidente da comunidade muçulmana na Itália, o batismo de Allam o deixou "perplexo". "Se Allam em realidade estava animado por uma forte inspiração espiritual, talvez tivesse sido melhor fazê-lo (batizar-se) delicadamente, possivelmente com um sacerdote de Viterbo, onde mora", disse Pallavicini à agência ANSA.