WASHINGTON DC, 3 de ago de 2009 às 11:34
No sábado passado 1 de agosto, uns três mil extremistas islâmicos atacaram à colônia cristã na cidade da Gojra, província de Punjab (Paquistão), queimando a oito pessoas vivas –entre homens, mulheres e crianças– e deixando feridas outras 20. Do mesmo modo, os atacantes muçulmanos incendiaram 40 casas e 2 Igrejas que foram totalmente queimadas.
O ataque se produziu em resposta a uma suposta "profanação" por parte de alguns cristãos do Corão –algo que segundo alguns meios era só um rumor– na localidade de Koriyan, a uns quatro quilômetros de Gojra; dois dias antes deste brutal ataque. Esse mesmo dia, os extremistas já tinham incendiado mais de 50 casas e 2 Igrejas como primeira reação. Frente à tensão e às ameaças, as autoridades não tomaram nenhuma medida de segurança.
"Embora a polícia estivesse presente ao momento do ataque, os muçulmanos não foram detidos", indicaram alguns dos cristãos locais.
Rana Sanaullah, a Ministra de Justiça da província do Punjab, assinalou por sua parte a quão médios diversas investigações comprovam que não existiu nenhum incidente de profanação contra o Corão em toda a região durante a última semana; enquanto que o único ministro cristão e encarregado dos Assuntos para as Minorias, Shahbaz Bhatti, culpou à administração local que não proporcionou segurança alguma aos cristãos da Gojra.
Ao seu turno, o Primeiro-ministro Yousaf Raza Gilani solicitou ao Primeiro-ministro de Punjab Shahbaz Sharif que encontre os responsáveis por estes ataques para que compareçam ante a justiça; e exortou os fundamentalistas islâmicos a deporem a violência.
Em declarações à organização internacional de caridade Ajuda à Igreja Necessitada (AIN), o Bispo de Faisalabad (localizada a 50 quilômetros de Gojra) Dom Joseph Coutts, quem presidiu os funerais dos cristãos assassinados, assinalou que "existe muita cólera entre as pessoas pelo sucedido. As emoções fluem e estão ao máximo. As pessoas poderiam responder de qualquer forma porque este é, indubitavelmente, um dos piores ataques que recebemos".
Ao referir-se ao brutal ataque, o Prelado denunciou que nesse e "em todos os casos, a polícia não tem feito quase nada para deter as massas violentas. Condolências, desculpas e promessas (sempre) se escutam das autoridades; mas a ação que se requer no momento para acautelar este tipo de incidentes sempre faltou".
Para Dom Coutts, esta sangrenta agressão dos extremistas muçulmanos é "uma espécie de limpeza religiosa" para fazer do Paquistão um estado totalmente islâmico.
AIN precisa também que entre os cristãos assassinados se encontram uma menina de nove anos, Umia Alnaf, sua mãe Asifa e Mausa Masih; de dez anos. Também estão a Asia Victar, de 22 anos; e sua mãe Eerueen, Ikhlaf Hameed; e outros dois anciãos: Haneed Khan e outro de nome Sharif.
Este é o terceiro incidente deste tipo nos últimos dois meses na província de Punjab aonde as comunidades cristãs foram atacadas devido a supostas acusações de profanação. Os cristãos, que protestaram de maneira pacífica ante este brutal ataque, em todo o país são apenas 1.5 por cento da população.