VATICANO, 17 de mar de 2010 às 12:30
Após a difusão, por parte de fontes brasileiras, da notícia de afastamento de dois bispos e um sacerdote da Igreja Católica no Brasil o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, afirmou que nenhum bispo brasileiro está envolvido no episódio de abusos contra menores emergido dias atrás no Brasil. A confusão surgiu devido ao título honorífico de Monsenhor de dois dos sacerdotes do clero da diocese de Penedo envolvidos nas acusações, ainda não provadas. O título não designa que eles são membros da hierarquia católica. Estes sacerdotes não são nem nunca foram bispos. Por sua parte o bispo da diocese de Penedo, no estado de Alagoas, Dom Valério Breda, divulgou uma nota de imprensa em que manifesta a posição da diocese a respeito das denúncias de pedofilia envolvendo três sacerdotes da cidade de Arapiraca.
Entre as medidas tomadas pelo prelado está o afastamento dos sacerdotes de suas funções eclesiásticas e a instauração de um Processo Administrativo Penal, de acordo Código de Direito Canônico. As denúncias foram feitas públicas na última quinta-feira, através do programa Conexão Repórter, do canal de Televisão SBT. A nota também foi dada a conhecer pela CNBB através do seu portal web.
“Considerando os graves e lastimáveis fatos noticiados por meio televisivo, em data de 11 de março de 2010, no programa “Conexão Repórter”, da Emissora SBT, contendo acusações feitas ao Mons. Luiz Marques Barbosa, Mons. Raimundo Gomes do Nascimento e Padre Edilson Duarte do clero desta Diocese, supostamente envolvidos em atos (ainda não provados) de abuso ou constrangimento sexual contra terceiros, alguns dos quais, possivelmente, menores de idade”, o bispo divulgou uma nota de imprensa “para dar justa e necessária informação aos Fiéis da Diocese”, afirma a nota que tem por data 14 de março.
Em seguida a nota da diocese de Penedo destaca a posição da diocese sobre o fato dizendo:
“Reprovamos, de forma irrestrita e com o coração despedaçado pela vergonha e pela tristeza, os fatos, mesmo que ainda não provados, veiculados na referida reportagem, que revoltam a sã consciência humana e cristã; Se há jovens vítimas, como a apresentação dos fatos parece aludir, sentimo-nos ainda mais consternados e no dever da reparação”.
A diocese informou também que “até o presente momento, nenhuma das supostas vítimas citadas nos supostos atos de abuso, tampouco seus familiares, procuraram oficialmente o Bispo diocesano, para formular denúncia de qualquer espécie”.
A diocese anunciou assim a abertura de um inquérito policial e canônico para apurar os fatos: “Considerando a urgência e a necessidade de preservar a honra e o direito das pessoas citadas e da própria Igreja Católica, frente à gravidade dos fatos acima mencionados, decretamos a abertura de Processo Administrativo Penal, nos termos do Código de Direito Canônico”.
“Tendo-se ainda conhecimento da instauração de inquérito policial para averiguar a veracidade das denúncias formuladas pelas supostas vítimas exibidas na aludida reportagem, estamos a total dispor das Autoridades de polícia e da justiça em geral para tudo o que se fizer necessário;
Finalmente e com tal de “garantir a isenção necessária para as investigações policiais – inquérito policial Nº 44/2010 - e fazendo-se necessário aguardar o prazo legal para a sua conclusão, é mister que os padres acima citados - como medida prudencial - deixem à disposição seus respectivos encargos eclesiásticos”, concluiu a nota.