LISBOA, 12 de mai de 2010 às 15:36
Ao presidir a oração das Vésperas com os sacerdotes, religiosos e consagrados na Igreja da Santíssima Trindade em Fátima, o Papa Bento XVI alentou aqueles que entregam sua vida a Cristo e à Igreja no serviço aos demais a que vivam intensamente a fidelidade, alentando-se mutuamente e também promovendo as vocações sacerdotais.
Depois de agradecer a todos os que trabalharam na organização deste encontro, o Santo Padre se dirigiu aos consagrados e sacerdotes presentes nas seguintes palavras:
“A todos vós que doastes a vida a Cristo, desejo nesta tarde exprimir o apreço e reconhecimento eclesial. Obrigado pelo vosso testemunho muitas vezes silencioso e nada fácil; obrigado pela vossa fidelidade ao Evangelho e à Igreja.”.
“Permiti abrir-vos o coração para vos dizer que a principal preocupação de todo o cristão, nomeadamente da pessoa consagrada e do ministro do Altar, há-de ser a fidelidade, a lealdade à própria vocação, como discípulo que quer seguir o Senhor”.
Seguidamente o Papa se referiu ao Ano Sacerdotal que está prestes a terminar e fez votos para que “uma graça abundante desça sobre todos vós para viverdes a alegria da consagração e testemunhardes a fidelidade sacerdotal alicerçada na fidelidade de Cristo”.
“Isto supõe, evidentemente, uma verdadeira intimidade com Cristo na oração, pois será a experiência forte e intensa do amor do Senhor que há-de levar os sacerdotes e os consagrados a corresponderem ao seu amor de modo exclusivo e esponsal”, explicou.
Depois de ressaltar a profunda vivência do amor no Santo Cura D’Ars, o Papa mencionou quão importante atualmente é o testemunho os sacerdotes e consagrados e pediu aos presentes que considerem “a graça inaudita do vosso sacerdócio. A fidelidade à própria vocação exige coragem e confiança, mas o Senhor quer também que saibais unir as vossas forças; sede solícitos uns pelos outros, sustentando-vos fraternalmente”.
“Particular atenção vos devem merecer as situações de um certo esmorecimento dos ideais sacerdotais ou a dedicação a atividades que não concordem integralmente com o que é próprio de um ministro de Jesus Cristo. Então é hora de assumir, juntamente com o calor da fraternidade, a atitude firme do irmão que ajuda seu irmão a manter-se de pé”, exortou.
Deste modo animou a manter “dentro de vós e ao vosso redor, a inquietude por suscitar – secundando a graça do Espírito Santo – novas vocações sacerdotais entre os fiéis. A oração confiante e perseverante, o amor jubiloso à própria vocação e um dedicado trabalho de direção espiritual permitir-vos-ão discernir o carisma vocacional naqueles que são chamados por Deus”.
Dirigindo-se logo aos seminaristas, o Santo Padre disse: “o Papa encoraja-vos a serdes conscientes da grande responsabilidade que ides assumir: examinai bem as intenções e as motivações; dedicai-vos com ânimo forte e espírito generoso à vossa formação”.
A Eucaristia, continuou, “centro da vida do cristão e escola de humildade e serviço, deve ser o objeto principal do vosso amor. A adoração, a piedade e o cuidado do Santíssimo Sacramento, durante estes anos de preparação, farão com que um dia celebreis o Sacrifício do Altar com unção edificante e verdadeira”.
Bento XVI disse logo: “neste caminho de fidelidade, amados sacerdotes e diáconos, consagrados e consagradas, seminaristas e leigos comprometidos, guia-nos e acompanha-nos a Bem-aventurada Virgem Maria”.
“Com Ela e como Ela somos livres para ser santos; livres para ser pobres, castos e obedientes; livres para todos, porque desapegados de tudo; livres de nós mesmos para que em cada um cresça Cristo, o verdadeiro consagrado do Pai e o Pastor ao qual os sacerdotes emprestam voz e gestos, de Quem são presença; livres para levar à sociedade actual Jesus Cristo morto e ressuscitado, que permanece conosco até ao fim dos séculos e a todos Se dá na Santíssima Eucaristia”, concluiu.