Em seu último artigo chamado “Os países religiosos são pobres”, o arcebispo de Uberaba (MG) Dom Aloísio Roque Oppermann, desmente que a irreligiosidade das nações seja garantia de riqueza e que os países com um alto nível de religiosidade entre seus cidadãos são sinônimos de civilizações atrasadas. O prelado argumenta que dentro e fora do Brasil se vê exatamente o contrário: as cidades muito religiosas são as mais de maior progresso enquanto as menos religiosas são “as mais fraquinhas”.  

Segundo Dom Oppermann, esta espécie de “doutrina” é uma “falácia”, e que “já está na sua segunda edição”.

“Durante muitos anos, num tempo a perder de vista, sem haver falsete no piscar dos olhos, se afirmava que os países de maioria protestante eram todos prósperos, e os de maioria católica eram inexoravelmente atrasados. Essa sentença levou tempo para ser desmontada. O perverso da afirmação consistia na insinuação de que ser católico seria sinônimo de atrasado, e ser protestante estaria garantido ser próspero. Isso levava à consideração de que Deus abençoava os protestantes, e entregava os católicos à sua própria sorte”, destacou.

“Portanto, a religião verdadeira seria a de linha protestante. Hoje nem os nossos irmãos evangélicos (como hoje os protestantes preferem ser chamados), seguem essa teoria absurda. Dentro dessa chave de leitura atualmente as religiões aprovadas por Deus seriam as do Japão, da China, e das  religiões dos tigres asiáticos. Porque por lá é que está o sumo do progresso...”, argumentou Dom Roque.

 “Nos dias atuais aparece uma teoria requentada. Agora o sucesso econômico tem outra causa. Está definitivamente garantido – dizem os fautores da nova teoria – que os países prósperos são geridos por povos sem religião, frios no fervor religioso, que “não vão à igreja”. As populações piedosas, as que tem vida comunitária, estariam fadadas a patinar no atraso e deglutir o pó que os países prósperos levantam”, denunciou o arcebispo.

“O ensinamento falso dessa afirmação está em dizer que os povos que se voltam para o alto, não tem iniciativa, são parcos de inteligência, e não acreditam em si. Portanto, fadados ao marasmo e à pobreza. Mas os agnósticos, não. Esses estariam com tudo, pois acreditam em si, e por isso são prósperos. Essa audácia se derruba com um simples exemplo que nos vem à mente, e que deleta essa torpe teoria”.

Dom Oppermann cita o caso dos Estados Unidos como exemplo que contradiz a falaz teoria de que o ateísmo é fonte de prosperidade: “Vejam o país - ainda o mais próspero do planeta - a América do Norte. É um país, cujo povo é muito religioso, e tem alto índice de praticantes”.
“E conheço também uma região do nosso Brasil, com várias cidades, umas próximas às outras. E aí se vê exatamente o contrário: as cidades muito religiosas são as mais progressistas. E as menos religiosas são as mais fraquinhas”, afirmou o prelado do interior de Minas.

“É preciso buscar outra teoria melhor. Essa não pegou. Está eivada de fanatismo”, conclui Dom Roque. 

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