REDAÇÃO CENTRAL, 9 de mar de 2011 às 14:39
O líder pró-vida no Uruguai, Álvaro Fernández, assinalou que o novo projeto de lei que busca liberalizar o aborto a pedido no país até a 12ª semana da gravidez tenta acabar com os deficientes que padecem síndrome de Down ou apresentam deformações outro tipo.
Em declarações à agência ACI Prensa em espanhol este 8 de março, o também ex-diretor da Associação Vivir en Familia, do Uruguai, disse que ao projeto para despenalizar o aborto a pedido até as 12 semanas "agora se acrescentou o tema das deformações e a síndrome de Down que seriam motivos para poder abortar segundo a senadora que promove esta lei, Mónica Xavier (do partido de governo Frente Amplo), que é médica".
"Isso é ridículo e vai totalmente contra os direitos humanos. Evidentemente se está dizendo a uma pessoa que tem uma má formação que se antes houvesse esta lei de aborto ela deveria ter morrido", denunciou Fernández.
O novo projeto de lei para despenalizar o aborto que seria apresentado ao Congresso nas próximas semanas, vetado no ano 2008 pelo então presidente Tabaré Vásquez, conta com o apoio do atual presidente José Mujica do Partido Frente Amplo, que disse publicamente que não vetaria a norma se for aprovada pelos senadores.
Fernández denunciou ademais que "o problema é cultural porque com isso se faz que as pessoas comecem a pensar que o aborto é algo bom, que está bem e então não há nenhum problema em realizá-lo.
"É como se amanhã fosse legalizado o homicídio, o roubo então aí o povo começaria a pensar se é que isto está bem. Se isso acontecesse, o que seria da sociedade?"
O líder pró-vida explicou à ACI Prensa que os que estão atrás do projeto são "os mesmos de sempre: a IPPF (a maior transnacional fornecedora de abortos do mundo), as feministas e grupos que fazem uma militância ativa a favor destas iniciativas".
Fernández assinalou deste modo que a estratégia abortista mudou e agora procura sensibilizar à sociedade a partir da pergunta sobre se é desejável que uma mulher que abortou seja presa ou não, sem ter em conta a vida da criança que não chegou a nascer.
Em declarações a Reuters, Mónica Xavier disse que o que pretende o projeto que redigiu "é legislar sobre a autonomia da mulher sobre seu próprio corpo" em um país onde o aborto é um delito desde 1938, despenalizado em caso de perigo de morte da mãe ou da criança.
Parte da oposição já manifestou seu rechaço ao projeto, como o senador Carlos Moreira do Partido Nacional, que disse que seu agrupamento não aprovará a iniciativa.
Álvaro Fernández disse também à ACI Prensa que há muitos anos o Fronte Amplo quis despenalizar o aborto, desde antes de 1984, inclusive apesar de que "o presidente Mujica reconheça que o problema demográfico seja um dos problemas mais importantes mas sim o principal do país".
"Curiosamente -concluiu- quando se busca passar em alguma lei abortista sempre descobrem alguma clínica de abortos ou aparece o caso de alguma mulher que morre, sempre sucedem coisas assim quando se está promovendo uma lei deste tipo".