MADRI, 19 de jan de 2012 às 05:31
Logo depois da denúncia de um jornal espanhol sobre a prática do aborto por parte da organização Médicos sem Fronteiras (MSF) em países onde a prática é ilegal, os ginecologistas da plataforma Direito a Viver (DAV) questionaram a ONG que conta com financiamento público e recordaram que "destruir uma vida nunca forma parte dos deveres que se exigem a um médico".
O jornal La Gaceta recorda que a MSF justifica os abortos que realiza alegando que "as considerações médicas devem estar por cima das considerações legais".
A respeito disto, o jornal espanhol recolhe hoje as declarações do ginecologista Esteban Rodríguez, porta-voz da ONG Ginecologistas DAV, quem assinala que "com efeito as considerações médicas devem estar por cima das legais e das políticas; por isso MSF deve recordar que destruir a vida humana mediante um aborto nunca é um ato médico".
"Se a MSF violar este princípio sua atuação já não é médica mas justamente o contrário", precisa.
O doutor Rodríguez recorda ademais a declaração da Comissão Central de Deontologia de Organização Médica Colegial (OMC) em defesa da vida pré-natal na qual se estabelece que "o aborto provocado não é um ato médico" e que "para que exista um ato médico, essas intervenções devem ir dirigidas a salvar uma vida ou a melhorar sua saúde, a prevenir uma enfermidade ou a reabilitar um doente", o que desqualifica o aborto provocado como um ato terapêutico.
Rodríguez adverte também que a MSF não pode apoiar nem promover o aborto terapêutico, termo que considera "inadmissível" porque "um aborto não cura, mas mata um ser humano e prejudica a saúde da mulher".
Sobre o tema a declaração da OMC o médico afirma que "à luz do progresso da medicina resulta evidente que não procede considerar, como uma exceção, a efeitos legais, o chamado ‘aborto terapêutico’, termo que conceitualmente é inadmissível".
Para o porta-voz de Direito a Viver, a declaração da MSF "não só mostra obsoletos conhecimentos médicos, mas supõe a apologia de uma ideologia que nada tem a ver com a medicina".
Rodríguez alerta ademais que "esses licenciados em medicina capazes de avaliar que a vida ou a saúde da mulher estão perigo e para isso a única solução que propõem é a destruição do filho são muito perigosos para a mulheres".
Finalmente recorda que o juramento hipocrático, que faz todo médico, afirma claramente: "não darei nenhuma droga letal a ninguém, embora me peçam isso, nem sugerirei tal uso, e do mesmo modo, tampouco a nenhuma mulher darei poção abortiva, mas, ao longo de minha vida, exercerei minha arte pura e santamente".