O médico Luis Raez, considerado um dos 20 melhores oncologistas do mundo e autor de mais de 70 livros e revistas de medicina em inglês, espanhol e português, criticou o Governo de Barack Obama por usar uma série de falácias para dizer que sua controvertida lei de saúde pró-aborto não atenta contra a liberdade religiosa nos Estados Unidos.

Em seu artigo "O Fim da Liberdade Religiosa nos Estados Unidos", Raez se referiu ao mandato da Secretaria Geral de Saúde de obrigar a todas as instituições, incluindo religiosas, prover e facilitar serviços de contracepção e esterilização aos seus empregados.

"Isto é tão grave que inclusive outros grupos religiosos protestantes e ortodoxos que geralmente estão a favor da contracepção, vêem nesta lei um precedente terrível que atenta contra a liberdade religiosa e sob esse princípio, estas Igrejas também se opõem a esta lei", indicou no texto enviado ao grupo ACI.

Nesse sentido, o médico denunciou as falácias usadas pelo Governo americano para confundir os opositores, como quando diz que "as Igrejas estão exoneradas deste requerimento de oferecer contracepção".

"Isto é falso porque para poder exonerar as Igrejas elas têm que provar que só servem e possuem trabalhadores de sua própria fé, o que é totalmente ridículo: acaso a Igreja Católica só serve os seus paroquianos? O que acontece todas as obras de caridade que se oferece, por exemplo, com os pobres de qualquer fé?", perguntou.

Do mesmo modo, o Dr. Raez indicou que é falso o dado que os médicos católicos não serão forçados a prescrever contraceptivos e abortivos, pois se no sistema de saúde se aprova como um serviço regular o uso de contraceptivos, os médicos que não façam uso deles podem terminar "sendo excluídos dos planos de saúde já que não prestam todos os serviços ‘fundamentais’ ou ‘requeridos pela lei’".

Raez reconheceu que a pílula abortiva RU486 não está coberta por esta norma, mas advertiu que existe uma proposta de lei para considerá-la como "contraceptivo de emergência", e se isto for aprovado a pílula "seria automaticamente adicionada à nova lei".

"Além disso a RU486 não é a única pílula controvertida, por exemplo: a Ulipristal (HRP 2000 ou ‘Ela’) é um fármaco análogo à RU486 e estaria sendo incluída dentro do mandato", acrescentou.

O médico também qualificou de "ridículo" o argumento da administração Obama de que com as novas apólices que cobrem a anticoncepção o número de gravidezes não desejadas cairia e portanto isto diminuiria o custo do sistema de saúde. "O governo que mostre pelo menos UM estudo que prove que esta medida é eficaz para esse propósito. Ademais há um risco aqui de tratar a gravidez como uma doença que deve ser prevenida a todo custo", exigiu.

"O Presidente Obama não vê o que acontece na Europa? As sociedades envelhecem por falta de crianças e têm problemas gigantescos com imigrações não desejadas ou com falta de trabalhadores jovens para sustentar a sociedade", advertiu.

Entretanto, o Dr. Luis Raez afirma que esta norma de saúde não deve causar surpresa porque a posição do Presidente Obama a favor do aborto é bem conhecida. "Desde que Obama estava em campanha eleitoral prometeu à Planned Parenthood’ que a legislação sobre "direitos reprodutivos" (isto inclui contracepção e aborto), seria parte primordial de sua agenda de reforma da saúde".

Finalmente, destacou que "mais de 150 Bispos nos EUA já se pronunciaram contra esta lei", e exortou os católicos a "protestarem em todos os foros possíveis contra este tipo de violação".

"Essa é a única maneira que nossos direitos vão a ser respeitados e devemos rezar para que o Presidente Obama se converta de coração e mude uma agenda de governo liberal e anti-vida por uma na que se promova a dignidade e se respeite a vida da pessoa humana desde sua concepção até sua morte natural", afirmou.

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