Rio de Janeiro, 11 de abr de 2012 às 15:23
Em diversos meios de comunicação os brasileiros expressaram nos últimos dias sua posição notória e majoritariamente contrária à legalização aborto, especialmente no caso dos bebês portadores de anencefalia, que está sendo votada hoje pelos ministros do Supremo Tribunal Federal.
Durante a edição de ontem, 10 de abril, do programa “Sala de Notícias em Debate” do canal Futura 72% dos telespectadores opinaram que o aborto deve ser proibido em qualquer circunstância.
O programa do canal Futura promoveu um debate sobre o tema e contou com a participação do presidente da Comissão Arquidiocesana de Promoção e Defesa da Vida, bispo auxiliar do Rio de Janeiro Dom Antonio Augusto, da integrante das comissões de Bioética e Biodireito da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB RJ) e do Grupo de Estudos sobre Aborto (GEA), Maíra Fernandes, e do Desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), José Muiños Piñeiro Filho.
Vale recordar que A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) divulgou nesta quarta-feira (11) uma nota oficial reiterando sua posição favorável ao aborto de fetos anencéfalos.
Segundo o site de notícias r7, “o entendimento da entidade (...) é de que a gestante de feto anencéfalo, nessa condição específica e delineada em diagnóstico, tem direito a interromper a gravidez, valendo-se de seu direito à saúde e em atenção aos princípios constitucionais da liberdade e da dignidade da pessoa humana”.
“A OAB lembra, além disso, que o feto anencéfalo não tem potencialidade de vida”, recorda a nota desta quinta-feira, 11, no r7.
De acordo com o site da arquidiocese do Rio de Janeiro, dom Antonio Augusto não se surpreendeu com o resultado da enquete. “Pesquisas anteriores já apontavam que o povo brasileiro não é favorável ao aborto”, disse.
O bispo buscou pautar seu posicionamento contra a interrupção da gravidez com argumentos científicos. Segundo ele, a defesa da vida não é questão religiosa mas direito de todo cidadão, por isso é válido todas as manifestações que buscam esse objetivo, como as vigília pela vida realizadas em todo Brasil na noite de ontem.
Dom Antonio argumentou ainda que não se pode afirmar que a gravidez de bebês anencéfalos é uma ameaça a vida da gestante. “Dizer que uma mulher grávida de um feto com anencefalia terá uma gestação de alto risco não é a mesma coisa que dizer que ela corre risco de vida, pois gestantes que tem hipertensão e diabetes, por exemplo, também terão uma gravidez de alto risco e nem por isso realizam um aborto”, argumentou.
Outra votação semelhante a essa foi feita pelo site de noticias do Jornal do Brasil (JB). Até a manhã de hoje, 11 de abril, 70% dos internautas defendiam que a mulher não tem direito a interromper a gravidez em casos de bebês com anencefalia.
O site NE10, do UOL, também trazia em seu mural de interatividade nesta quinta-feira depoimentos de brasileiros contra o aborto dos anencéfalos.
Diante da pergunta: “Você acha que a mulher grávida de um feto anencéfalo pode escolher se interrompe ou não a gestação?”, a internauta Iara Barros afirmava: “Sou totalmente contra o aborto. Jamais faria ou induzia alguem a faze-lo em qualquer situação”.
Por sua parte, Eduardo França também dizia ao NE 10: “Eu sou a favor da vida ninguém têm o direito de interromper uma vida, até quando sabemos que ela é fragil e vá durar pouco”.
“Só tem direito de tirar a vida, quem a deu, e este foi Deus”, escrevia finalmente o internauta Daniel.