Vaticano, 9 de set de 2012 às 13:24
Em sua reflexão prévia ao Ângelus deste domingo, o Papa Bento XVI explicou que assim como quando o Senhor cura um surdo-mudo, também o faz para que todo homem, surdo e mudo interiormente por causa do pecado, seja curado e possa escutar Deus para anunciá-lo aos demais.
O Papa realizou esta reflexão diante dos milhares de fiéis reunidos em frente ao Palácio Apostólico de Castel Gandolfo, referindo-se ao Evangelho de hoje no qual o Senhor cura um surdo-mudo logo depois de olhar ao céu e pronunciar a palavra "Effatà", que significa "abra-te".
O Santo Padre disse logo que "aquele surdo-mudo, graças à intervenção de Jesus, ‘abriu-se’; antes estava fechado, isolado, para ele era muito difícil se comunicar; a cura foi para ele uma ‘abertura’ para os outros e ao mundo, uma abertura que, partindo dos órgãos do ouvido e da palavra, envolvia toda sua pessoa e sua vida: finalmente podia comunicar e portanto relacionar-se de maneira nova".
"Mas todos sabemos que o fechar do homem, seu isolamento, não depende apenas dos órgãos sensoriais. Existe uma teimosia interior, que concerne o núcleo profundo da pessoa, aquele que a Bíblia chama o ‘coração’".
Isto, prossegue o Papa, é o "que Jesus veio ‘abrir’, liberar-nos, para nos tornar capazes de viver em plenitude as relações com Deus e com os demais. Eis porque dizia que esta pequena palavra, ‘effatà –abra-te’, resume em si toda a missão de Cristo".
Cristo "fez-se homem para que o homem, tocado pelo pecado interiormente surdo e mudo, torne-se capaz de escutar a voz de Deus, a voz do Amor que fala com seu coração, e desta maneira aprenda à sua vez a falar a linguagem do amor, a comunicar com Deus e com os outros".
Por este motivo, explicou Bento XVI, "a palavra e o gesto do ‘effatà’ foram inseridos no Rito do Batismo, como um dos sinais que nos explicam seu significado: o sacerdote, tocando a boca e as orelhas do neo-batizado diz: ‘Effatá’, orando para que este possa escutar a Palavra de Deus e professar a fé. Mediante o Batismo, a pessoa humana começa, por dizê-lo assim, a ‘respirar’ o Espírito Santo, aquele que Jesus tinha invocado do Pai com aquele suspiro, para curar o surdo-mudo".
"Dirigimo-nos agora em oração a Maria Santíssima, cuja natividade celebramos ontem. Por motivo de sua singular relação com o Verbo encarnado, Maria está plenamente «aberta» ao amor do Senhor, seu coração está constantemente à escuta da sua Palavra".
Para concluir o Santo Padre fez votos para que "sua maternal intercessão nos obtenha experimentar cada dia, na fé, o milagre do ‘effatà’, para viver em comunhão com Deus e com os irmãos".