ROMA, 20 de set de 2012 às 12:00
O Patriarca da Igreja Católica de rito Maronita de Antioquía, Sua Beatitude Bechara Boutros Rai, afirmou que a viagem do Papa Bento XVI ao Líbano, foi um evento realmente histórico, divino e providencial para os cristãos do Oriente Médio.
O Santo Padre viajou ao Líbano, do dia 14 ao 16 de setembro, para a assinatura e a entrega da Exortação Apostólica pós-sinodal da Assembleia Especial para o Oriente Médio do Sínodo dos Bispos, celebrada no Vaticano em outubro de 2010 sobre o tema "A Igreja católica no Oriente Médio: comunhão e testemunho. ‘A multidão dos que haviam acreditado era um só coração e uma só alma`".
Bento XVI encontrou a milhares de jovens e se reuniu com centenas de milhares de fiéis para convidá-los a semear a irmandade e a paz, e recordou que a violência jamais pode estar justificada na defesa de uma religião.
Em uma entrevista concedida a Rádio Vaticano, o Patriarca Rai, explicou que a visita reforçou a fé e a vontade de demonstrar ao Oriente a importância e o valor social dos católicos.
"Todos os cristãos do Oriente Médio escutamos muitos comentários sobre esta viagem e nos sentimos muito alentados: entenderam que os cristãos não são uma minoria, são a presença da Igreja, da Igreja Universal. Queremos portanto, dar graças ao Senhor, porque nos mandou este evento histórico e divino através da pessoa do Papa, através de tudo o que fez e falou", disse.
"Eu pessoalmente, junto a todos os libaneses, agradeço ao Senhor por este evento histórico, mas também providencial", adicionou.
Ante a instabilidade que afeta o Oriente Médio, o Patriarca Rai considerou que a visita do Papa foi como um sopro de ar fresco para continuar na busca da convivência e da paz entre muçulmanos e cristãos.
O Papa mudou os ânimos. Antes da visita, "os libaneses, assim como os cristãos do Oriente Médio, sentiam-se como se estivessem na beira de um precipício: estávamos começando a perder as esperanças e começando a esquecer de que temos um papel que assumir", expressou.
Líbano é um dos poucos países do Médio Oriente onde os poderes políticos estão divididos por diferentes confissões, convertendo-se assim, em estandarte de convivência entre cristãos e muçulmanos.
Para a autoridade maronita, as palavras do Papa, a Exortação Apostólica, e as celebrações no Líbano, "fizeram renascer nos libaneses, muçulmanos e cristãos, o valor deste país, a convivência que é a mensagem que se espera do Líbano, e de sua missão no Oriente Médio, e por que o Líbano se distingue de todos outros países. Entenderam seu valor".
"Todas as cerimônias, todos os encontros foram feitos a favor de todo o Líbano, dos cristãos e dos muçulmanos. O melhor que podemos recordar é aquilo que o Papa falou ao despedir-se dos libaneses no aeroporto: ‘Vosso calor e vosso coração me deram a vontade de voltar’. Esta é uma grande mensagem, e um formoso testemunho do Pontífice", concluiu.