ROMA, 22 de mar de 2013 às 08:58
O grupo rebelde Seleka, que tomou o controle de Bangassou (Rep. Centro-Africana), tem uma lista de pessoas para ser assassinadas que inclui o bispo local, Dom Juan José Aguirre Muños, e outros membros da cúria local.
Em uma carta enviada à agência Fides, o Prelado informou desde este país –onde 80 por cento são cristãos e 15 por cento muçulmanos-, que Seleka chegou à cidade do norte do país. Este grupo está formado principalmente por chadeanos e sudaneses. "Todos falam árabe e querem derrocar ao governo para criar uma república islâmica. Já conquistaram cinco dioceses e mais de 10 cidades", denunciou o Prelado, que advertiu que este grupo islâmico tem "uma lista de pessoas às que fazer mal: eu sou o primeiro, seguido por meu vigário e depois pelo procurador e outros".
Conforme relatou, os rebeldes "entraram em Bangassou em 11 de março depois de combater contra as poucas forças do exército centro-africano que se encontravam na cidade".
"Roubaram uns dez carros da missão, do seminário menor, da segunda paróquia de Bangassou. Destruíram a casa dos Padres Espiritanos, das Irmãs Franciscanas e logo roubaram e destruíram a casa do reitor do seminário menor diocesano, a carpintaria, o centro de Internet, o colégio católico, a pediatria, a farmácia, a nova área de cirurgia, a maternidade", assinalou.
Além disso, destruíram a "prefeitura, o hospital geral, deixando jogados pelo chão os pacientes que tinham uma via intravenosa no braço para roubar os colchões. O único que respeitaram foram as mesquitas e os comerciantes muçulmanos a quem deram parte dos nossos bens para vender".
Dom Aguirre Muños indicou que a população está atemorizada e que os extremistas muçulmanos "foram ocupando uma missão atrás da outra, acampando na casa dos missionários. Agora, à exceção das 3 missões do leste, as outras 8 estão em suas mãos".
A esta ameaça se soma a rebelião do Exército de Resistência do Senhor –extremistas cristãos-, "que há sete anos açoita os civis. Fomos testemunhas de horrores de todo tipo: homicídios, crianças separadas dos seus pais e levadas ao bosque, queima de aldeias, abusos, os direitos das pessoas pisoteados sem piedade".
"Agora temos os rebeldes Seleka e não sabemos quanto tempo vão ficar. Só podemos orar ao Senhor", expressou o Bispo.