Roma, 18 de jun de 2013 às 10:51
O rabino argentino Abraham Skorka considera que a eleição do então Cardeal Jorge Mario Bergoglio como Papa alentará o crescimento das relações entre católicos e judeus, especialmente quando o mundo passa por uma crise de fé.
Em sua viagem a Itália para participar do diálogo judeu-cristão organizado pelo Movimento dos Focolares em Castel Gandolfo, o rabino Skorka conversou com o grupo ACI e contou que assistiu à audiência geral e que "pela primeira vez nesta manhã (...) tive a oportunidade de cumprimentar o Papa".
O rabino disse que o então Arcebispo de Buenos Aires "demonstrou-me várias vezes que ele é um amigo de verdade".
Assinalou que o objetivo de escreverem um livro juntos que colocaram como título "Entre o Céu e a Terra", era encontrar um caminho concreto para experimentar e viver o diálogo entre as religiões.
Skorka considera que existem muitas semelhanças entre o diálogo judeu-cristão dos primeiros séculos com o de hoje, "inclusive no Talmud (obra que recolhe principalmente as discussões rabínicas sobre leis judias, tradições, costumes, histórias e lendas), podemos encontrar as flores do diálogo entre as primeiras comunidades de cristãos e os judeus".
O rabino disse que os primeiros séculos depois de Cristo foram uma época difícil para o mundo judeu, com sua tradição truncada pela queda e a destruição do templo de Jerusalém e que hoje em dia as religiões estão sofrendo momentos difíceis.
Por sua parte, o Rabino Mario Burman da Organização Judia para o Diálogo Inter-religioso na Argentina explicou em uma conferência de meios de comunicação em 12 de junho em Roma que o Cardeal Bergoglio "fez o ecumenismo e o diálogo inter-religioso, um dos pilares de seu trabalho pastoral".
Alberto Barlocci, ex-diretor da revista argentina Cidade Nova ressaltou que "o diálogo inter-religioso é uma realidade na Argentina. Católicos, Judeus, inclusive a pequena comunidade muçulmana sempre vive concretamente o diálogo entre as religiões".