VATICANO, 18 de jun de 2013 às 10:52
O Arcebispo de Caracas (Venezuela), Cardeal Jorge Urosa, mostrou-se otimista pela reunião que o presidente Nicolás Maduro e o Papa Francisco tiveram nesta segunda-feira e disse que o Papa é um construtor da paz e, portanto, proporá ao mandatário que "promova uma convivência social e política muito mais serena, muito mais democrática".
O Cardeal também disse que espera que depois do encontro se evidencie uma revisão da linha política do Governo "que suporte uma maior serenidade e se traduza em uma linguagem mais respeitosa e democrática, e que reconheça a existência e a importância de quem lidera a oposição".
"Estou seguro de que o Papa vai propor a busca da serenidade, do respeito aos outros, porque o que marca a linha e o ritmo é o Governo que tem os recursos, o Papa vai propor ao presidente Maduro que promova uma convivência social e política muito mais serena, muito mais democrática. Que não aconteça o horror que ocorreu na Assembleia Nacional em 30 de abril" disse no Globovision.
O Arcebispo de Caracas reiterou que a Conferência Episcopal Venezuelana (CEV) tem uma "missão de paz" e "terá que procurar os caminhos para o encontro". Entretanto, advertiu que no país "existem presos políticos" e alertou do perigo que supõe "a perseguição política através dos tribunais".
Nesse sentido, pediu uma atitude diferente para com alguns presos como Víctor Manuel García, editor do portal de notícias 'Informecifras' enviado à prisão pelas acusações de rebelião civil.
O Cardeal Urosa expressou sua complacência pela liberdade outorgada à juíza María Lourdes Afiuni, presa em 2009 sob acusação de corrupção, e alegou deste modo a importância de "defender a liberdade de expressão" para evitar casos como o experimentado pela empresa ATEL TV teve a sua licença de emissão suspensa.
Quanto aos problemas de desabastecimento e o nível de violência que sofre o país, o Cardeal acredita que deveria haver "uma política mais eficaz" para reverter estas situações.