BOGOTÁ, 10 de jul de 2013 às 08:28
Ao iniciar a assembleia plenária do Episcopado, o presidente da Conferência Episcopal da Colômbia (CEC) e Arcebispo de Bogotá, Cardeal Rubén Salazar Gómez, exortou à guerrilha narcoterrorista das FARC a "não sair da agenda" nas negociações de paz que sustenta com o governo nacional em Havana, Cuba.
Conforme assinala o site da CEC, o Cardeal comentou que os diálogos de paz em Havana têm permanentes desigualdades e "costumam descarrilar-se com uma facilidade impressionante".
"Os diálogos foram difíceis porque as FARC quiseram convertê-los em algo diferente ao que pactuaram com o Governo; chegou-se a um acordo claro e desde o primeiro momento as FARC estiveram tentando sair da agenda", afirmou o Cardeal.
O Arcebispo recordou que a Igreja respaldou sempre o processo de paz entre o Governo e as FARC e solicitou aos membros da guerrilha narcoterrorista que compreendam que o país deseja a paz e não está contente com a forma como estão permanentemente atrasando os diálogos, ao mesmo tempo em que os convidou para que se chegue rapidamente a um fim do conflito.
"Eu espero que as FARC compreendam que o país deseja a paz, que o país não está contente com a forma em que eles estão permanentemente atrasando os diálogos e, portanto, compreendam que se deve chegar ao fim do conflito armado o mais breve possível", assegurou o Cardeal.
As negociações de paz entre as FARC e o governo da Colômbia se iniciaram em novembro de 2012. Nesse intervalo a guerrilha atacou diversos povoados e realizou vários sequestros, o que foi rejeitado por alguns bispos.
No começo deste mês se reiniciaram as negociações depois do recesso que começou em 21 de junho.
A agenda das negociações inclui o problema agrário, a participação política, as drogas ilícitas, abandono de armas e a reparação às vítimas.
As FARC, fundadas em 1964 depois de uma insurreição camponesa é a principal guerrilha da Colômbia e a mais antiga da América Latina, com 8 000 membros.
O conflito armado da Colômbia, no que também participaram outras guerrilhas de esquerda, grupos paramilitares de direita e organizações de narcotraficantes, deixou mais de 3,7 milhões de deslocados, 600 000 mortos e 15 000 desaparecidos em quase 50 anos.
O presidente Juan Manuel Santos colocou como prazo para que se concluam as negociações o mês de novembro deste ano.
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