A jovem líder do Movimento Cristão Liberação (MCL), Rosa María Payá, pediu a América Latina fazer um "pronunciamento concreto em favor de um plebiscito" para a mudança em Cuba, da mesma forma que os chilenos tiveram em 1988 "em seu processo de abertura à democracia".

Payá Acevedo, que viajou ao Uruguai com outros jovens cubanos expondo sobre a realidade da ilha, pediu a "solidariedade" dos países da região para com o projeto "O Caminho do Povo" que procura "defender os direitos humanos" em Cuba.

"Ajudaria muito a gente se houvesse um pronunciamento concreto a favor de um plebiscito em Cuba, da mesma forma que os chilenos tiveram com o seu processo de abertura e democracia. Esperamos a mesma coisa que têm os povos da América Latina, essa democracia que não é perfeita, mas que é melhor que o totalitarismo que existe em Cuba", disse durante a entrevista com a agência EFE.

Explicou que "nossa visão da transição em Cuba tem uma proposta básica, uns passos elementares que passam pelo reconhecimento dos Direitos humanos. E por isso exigimos que se realize um plebiscito onde se pergunte ao povo se quer ou não mudanças nas leis que garantam seus direitos democráticos".

Nesse sentido, Rosa María assinalou que "O Caminho do Povo" se baseia "na realidade dos cubanos" e passa por estabelecer um "diálogo nacional e eleições livres".

"Mas para isso é necessário reconhecer os direitos de todos, se não, acontece como até agora, que o Governo escolhe o que falar, quem se senta na mesa e que tema se podem e não se podem mencionar. E por isso está a necessidade de começar um processo para um referendum em Cuba, onde se pergunte ao povo se quer ou não quer essas mudanças", acrescentou.

Do mesmo modo, pediu aos uruguaios sensibilizar-se com a "realidade cubana que pouco tem a ver com os mitos vendidos pelo Governo" de Raúl Castro.

A jovem indicou que a solidariedade da América Latina também tem que servir "para deter a repressão em Cuba, que vai contra todos os cubanos porque todos têm seus direitos sequestrados (…). E também para exigir uma investigação internacional pelo que aconteceu com meu pai (Oswaldo Payá), como uma maneira de romper a sensação de impunidade que o Governo cubano tem dentro da ilha".

Rosa María Payá se encontra no Uruguai junto com Erick Álvarez, também do MCL; e Eriberto Liranza, do Movimento Jovens pela Democracia. Neste país mantiveram encontros com membros do Partido Nacional, do Partido Independente e do Partido Colorado. Deste modo, com o ex-presidente do Uruguai, Luis Alberto Lacalle; o presidente do Centro para a Abertura e o Desenvolvimento da América Latina; e com meios de imprensa uruguaios e internacionais.

Os três jovens também brindaram uma exposição sobre a realidade cubana na Sala de Conferências do Hotel Barboral, em que participaram 150 pessoas da vida política e da sociedade civil uruguaia, jornalistas, jovens universitários e membros da comunidade cubana no Uruguai.

 

 

 

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