ROMA, 19 de set de 2013 às 09:26
O Arcebispo armênio católico de Aleppo, Dom Boutros Marayati, falou sobre os medos e os sentimentos que predominam entre os cristãos na Síria porque os rebeldes não dão nenhum sinal que os tranquilize. "A guerra destruiu a Síria não só nas estruturas e edifícios, mas também nos corações. Não há mais esperança de voltar a conviver em paz, como acontecia antes", assinalou.
Dom Marayati fez um chamado a "pensar o que poderia acontecer se um míssil atingisse um depósito de armas químicas... Agora, essa hipótese parece estar suspensa, mas tudo continua a aparecer escuro".
Os cristãos da metrópole do norte da Síria só pensam em um período de trégua para poder fugir do isolamento em que se encontram faz vários meses pelas ameaças das forças contra Assad, já que nem os fundamentalistas islâmicos, nem outros grupos que compõem as tropas rebeldes lhes deram "o mínimo sinal" capaz de tranquilizá-los, conforme declarou à Agência Fides.
O Prelado assinalou que existe um aspecto simbólico no ataque contra o povoado de Maalula, e é de se perguntar como eles não fizeram isso antes.
"A possibilidade de um ataque militar liderado pelos Estados Unidos -advertiu - tinha alimentado em todos os outros motivos de medo".
Destacou as palavras do Papa Francisco no Ângelus de 8 de setembro sobre as "guerras comerciais" fomentadas pelo mercado de armas. "O Papa falou forte e claro e disse o que tinha de ser dito, mas aqueles que têm em suas mãos o destino da guerra preferem não ouvir".
"A sensação é de que todos nós estamos presos num jogo maior do que nós. Caminhamos nas trevas. Não podemos imaginar como tudo isso vai acabar. E continuamos a rezar", expressou Dom Marayati.
Comentou também que as Igrejas de Aleppo se uniram ao convite de oração pela paz do Santo Padre no sábado, 7 de setembro, deste ano. Tiveram vigílias na noite anterior e, no dia seguinte, os que puderam acompanharam a vigília com o Pontífice pela televisão.