Vaticano, 6 de dez de 2013 às 08:04
Anugrag Gemethi, um menino cristão de sete anos chamavam de “Anmol”, foi torturado e assassinado por extremistas hindus em uma localidade de Rajasthan, no noroeste da Índia.
Os pais de Anmol o viram pela última vez quando saiu de sua casa para a escola dominical. Ao perceberem que o garoto não retornava, fizeram uma denúncia. O corpo –praticamente irreconhecível- foi achado no dia seguinte, 18 de novembro em um hospital.
Segundo o relatório da autópsia, o menor morreu afogado. Entretanto, cinco testemunhas do hospital indicaram que o corpo tinha evidentes sinais de tortura que foram ignorados pelo médico legista.
Mais de 200 pessoas foram ao enterro e ao funeral. "O lamento do povo e dos pais foi dilacerador", disse uma testemunha presente nos eventos.
Harish Gemethi, pai do menino, disse à polícia que “há anos alguns extremistas hindus locais ameaçam matar-me e prejudicaram minha família muitíssimas vezes”. O homem deu os nomes dos agressores e pediu às autoridades que abrissem inquérito contra os mesmos, mas todas as suas queixas foram ignoradas até o momento.
Na aldeia vive uma comunidade cristã de 45 fiéis. Em setembro, um grupo de extremistas hindus interrompeu um encontro de oração dos fiéis e ameaçaram de morte os presentes.
"A tortura sem precedentes e a morte deste menino inocente entristecem nossos corações embora isto pareça inacreditável" disse K.P. Yohannan, fundador e diretor internacional da associação “Evangelho para a Ásia”. "A perseguição contra os cristãos é um acontecimento semanal, mas esta intensidade da brutalidade contra uma criança é impensável. Apesar de tudo, nesta horrível tragédia, encontramo-nos com a força e a esperança em Jesus" expressou.
Segundo Yohannan, a perseguição aos cristãos cresceu mais de 400 por cento nos últimos anos.
Por sua parte, em uma nota enviada à agência Fides pelo “Catholic Secular Fórum”, adverte-se que “é verdadeiramente horrível que os fundamentalistas hindus não tenham perdoado a vida de um menino de sete anos. O pior é que a polícia não seja capaz de identificar os assassinos e entregá-los à justiça”.
Nesse sentido, o “Catholic Secular Fórum” lançou a campanha “Justiça para o mártir Anmol”, pretendendendo sensibilizar líderes da Igreja e das instituições políticas e judiciais pedindo um castigo severo para os assassinos, o fim da perseguição aos cristãos da Índia e uma indenização para a família do menino.
O episódio é o último de uma longa série de ataques contra as minorias religiosas na Índia. Segundo os dados recolhidos pelo Global Council of Indian Christians (GCIC), só em 2011 a minoria cristã sofreu 170 ataques. Trata-se de ofensivas de diferentes tipos perpetradas por grupos vinculados ao movimento nacionalista hindu Sangh Parivar, cujo nome traduzido ao Português é: “Famílias de Associações”, referindo-se ao agrupamento de distintos grupos nacionalistas hindus radicais.