ROMA, 13 de jan de 2014 às 08:09
“Os cristãos da Síria esperam que a Segunda Conferência de Genebra abra perspectivas de democracia, liberdade e igualdade para Síria”, assinalou o Arcebispo siro católico titular da Eparquia de Hassaké-Nisibis, Dom Jacques Behnan, quem também expressou o temor de que esta reunião abra as portas a um estado islâmico no país.
A Conferência de paz Genebra 2 sobre a guerra na Síria, é uma iniciativa dos Estados Unidos e da Rússia a ser realizada na quarta-feira 22 de janeiro na cidade de Montreux (Suíça), com o fim de procurar meios para dar fim ao conflito que dura mais de dois anos na Síria e que já causou mais de 120 mil mortos e o deslocamento de outras centenas de habitantes, muitos deles, cristãos.
Dom Behnan expressou que os cristãos esperam que esta reunião “abra perspectivas de democracia, liberdade e igualdade para Síria”, é por isso que eles se opõem a todo tipo de iniciativa islamista que procure impor a Xaria (lei baseada na interpretação radical do Corão) na Síria, porque esta imposição reduziria a comunidade cristã a uma “minoria protegida”, como publicou a agência vaticana Fides.
“Os cristãos se alegrarão se a mencionada revolução abre o caminho para a democracia e a liberdade. Mas, agora, inclusive os grupos da oposição vinculados ao Free Syrian Army - que se apresentam como moderados em comparação com as facções jihadistas - uniram-se sob a bandeira dos islamistas, e dizem que na nova Síria será aplicada a Xaria, porque isso é o que a maioria quer. Esta é uma perspectiva que os cristãos não podem aceitar”, sublinhou o Arcebispo.
O Prelado recordou que os cristãos na Síria “sempre foram uma parte integral da pátria comum, cidadãos de pleno direito, e não uma “minoria”. Depois do protetorado francês, os sírios escolheram um sistema leigo e democrático, antes do início do regime imposto pelo Partido Baath”.