ROMA, 12 de mai de 2014 às 10:35
Rashid Rehman, advogado e ativista dos direitos humanos foi assassinado na noite da quarta-feira, 7 de maio, em seu escritório em Multan.
Conforme foi informado à agência vaticana Fides, Rehman e seu colega estavam sentados com um cliente, quando alguns homens armados invadiram o local, matando-o e ferindo os outros dois homens.
Rehman era um muçulmano conhecido por sua oposição à lei da blasfêmia. Em sua vida profissional defendeu várias vítimas inocentes e atualmente estava representando Junaid Hafeez, muçulmano acusado de blasfêmia, professor da Universidade Bahauddin Zakariya, em processo de julgamento. Rehman foi também coordenador da “Human Rights Commission of Pakistan” (HRCP) em Multan e por alguns meses recebeu ameaças.
Condenando o grave assassinato, em uma nota enviada à Fides, o advogado cristão Sardar Mushtaq Gill, defensor dos direitos humanos e responsável pela ONG “LEAD” (“Legal Evangelical Association Development”) disse que “os advogados que representam os acusados de blasfêmia e são contrários ao abuso da lei muitas vezes são ameaçados de morte por extremistas. Muitos deles tiveram que deixar o país”.
Entretanto, precisa, “as ameaças e os episódios mortais não irão desencorajar o nosso compromisso com a tutela dos direitos humanos e das minorias no Paquistão”.
A Lei da Blasfêmia agrupa várias normas contidas no Código Penal inspiradas diretamente na Shariah –lei religiosa muçulmana– para sancionar qualquer ofensa de palavra ou obra contra Alá, Maomé ou o Corão. A ofensa pode ser denunciada por um muçulmano sem necessidade de testemunhas ou provas adicionais e o castigo supor o julgamento imediato e a posterior condenação à prisão ou morte do acusado.
A lei é usada com frequência para perseguir a minoria cristã, que costuma ser explorada no trabalho e discriminada no acesso à educação e aos cargos de função pública.