VATICANO, 7 de nov de 2006 às 12:25
Ao reunir-se com um grupo de bispos suíços, o Papa Bento XVI chamou a enfrentar os efeitos da secularização e o relativismo na Igreja, enumerando uma série de problemas que particularmente afetam a comunidade católica desse país europeu."O progresso da secularização e o relativismo entranha não só uma diminuição da freqüência de sacramentos, sobretudo da participação na Missa dominical, mas também a posta em dúvida dos valores morais propostos pela Igreja", indicou o Papa.
Neste contexto, referiu-se à crise do matrimônio e a família, ao aumento dos divórcios e abortos, às uniões entre pessoas do mesmo sexo. Tudo isto, disse, "é um sinal evidente de descristianização".
O Papa refletiu sobre "alguns aspectos da situação atual da Igreja na Suíça", para "considerar o que é oportuno intensificar e promover, e o que é necessário corrigir e purificar".
O Pontífice recordou que muita gente vive "como se Deus não existisse", pediu aos bispos fazer "compreender a Palavra de Deus e a mensagem cristã" e manter unanimidade nas "tomadas de posição necessárias sobre questões teológicas e morais".
"O dever fundamental do bispo, pastor e mestre da fé é convidar os fiéis a aceitar plenamente o ensinamento da Igreja", precisou.
Missa e Reconciliação
O Papa Bento XVI se referiu à liturgia e afirmou que "é um direito e um dever de todos que se celebre conforme as regras estabelecidas pela Igreja".
Sobre a Missa dominical exortou a "evitar que seja substituída, se não houver razões de peso, pelas celebrações da Palavra, e que a homilia seja um momento importante de formação doutrinal e espiritual, que está reservada ao sacerdote ou ao diácono".
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Além disso, frente à "crise que atravessa o sacramento da Reconciliação" na Suíça, o Papa pediu "relançar nas dioceses uma pastoral penitencial que anime à confissão individual. Peçam aos sacerdotes que sejam confessores assíduos, oferecendo com generosidade aos fiéis horários apropriados para a confissão pessoal; animem os próprios presbíteros a aproximar-se freqüentemente deste sacramento".
Além disso, acrescentou, "os sacerdotes devem observar rigorosamente as normas da Igreja sobre a absolvição coletiva, que reclamam situações verdadeiramente excepcionais".
Sacerdotes pastores e leigos ajudantes
Referindo-se à colaboração dos leigos no ministério sacerdotal, o Santo Padre lembrou que "é preciso cuidar para que, de fato e concretamente, nas paróquias e nos centros pastorais, o sacerdote seja o pastor e que os leigos ajudem o sacerdote, colaborando com ele nos diferentes setores da vida pastoral".
Segundo o Papa, "a importância do papel dos leigos não deve levar a menosprezar o ministério absolutamente indispensável dos sacerdotes para a vida da Igreja, chamados a guiar o Povo de Deus".
O Papa convidou a "desenvolver uma formação dos leigos que desperte a fé e o conhecimento doutrinal, e que outorgue energias espirituais".
Em seguida se referiu ao tema das vocações sacerdotais e religiosas e assegurou que "para o futuro da Igreja na Suíça é importante cuidar da organização e da orientação dos seminários e das diferentes faculdades e escolas superiores de Teologia, preocupando com o discernimento e de uma profunda formação humana, espiritual, cultural e pastoral dos candidatos ao sacerdócio".
"Estejam igualmente atentos à formação inicial e permanente dos futuros presbíteros, diáconos e colaboradores pastorais leigos. O ensinamento seguro e fiel à Tradição e ao Magistério da Igreja fará com que todos descubram a riqueza da fé católica", pediu o Pontífice.
Finalmente, aludiu ao desafio do ecumenismo e considerou que este "seja um setor no qual a Igreja Católica está comprometida de modo irreversível. A história religiosa de seu país e a experiência posterior lhes proporcionam uma responsabilidade e uma missão particular neste campo. Animem a suas comunidades a comprometer-se em um caminho ecumênico fundado nos princípios expressos no decreto conciliar Unitatis redintegratio e no Diretório para o ecumenismo".