O ator britânico ganhador do Oscar Jeremy Irons foi vítima de uma onda de ataques midiáticos logo depois de ter reconhecido que “o aborto causa danos à mulher” e agradecido à Igreja Católica por considerar esta prática um pecado, durante uma entrevista ao jornal inglês ‘The Guardian’.

 

Jeremy Irons – que interpreta o mordomo Alfred no recente filme dos heróis de DC Comics Batman x Superman – tornou-se conhecido pela sua participação como o personagem Aramis em “O Homem da Máscara de Ferro”, por dublar o leão Scar em “Rei Leão” e também por interpretar Simon Gruber em “Duro de Matar 3” e o Pe. Gabriel no filme “A Missão”.

Também interpretou papéis que geraram controversas, como Humbert Humbert, na versão para o cinema de “Lolita” e Rodrigo Bórgia na série “Os Bórgias”.

Na entrevista publicada no dia 24 de março, Jeremy Irons indicou que embora acredite “que se deve permitir às mulheres que tomem a decisão” sobre praticar um aborto ou não, “também acho que a Igreja está certa ao dizer que isto é um pecado”.

“Porque o pecado é um ato que nos faz mal. Mentir faz mal. O aborto causa dano à mulher, é um grave ataque mental e às vezes físico”, explicou.

Em outras entrevistas, Irons assinalou que sua esposa e seus dois filhos são católicos. Ele, entretanto, participa ocasionalmente dos serviços religiosos.

Ainda assim, o ator manifestou que “graças a Deus que a Igreja Católica diz que não o permitiremos (o aborto), porque de outra forma ninguém diria que é um pecado”.

Segundo a revista Marie Claire, premiada em 2008 pela multinacional abortista Planned Parenthood Federation of America, as declarações de Irons “são gravemente irresponsáveis e estão longe da verdade”.

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Para a revista feminina, o aborto “é um procedimento seguro e em muitos casos pode salvar uma vida”.

Em outra ocasião, a jornalista Madeleine Davies, do site Jezebel.com – do grupo Gawker Media, que enfrenta um processo judicial nos Estados Unidos por difundir um vídeo sexual do ex-lutador Hulk Hoogan –, qualificou Irons de “estúpido saco de peido”.

Em sua entrevista a ‘The Guardian’, o ator britânico também destacou a importância dos valores cristãos no matrimônio.

“Nossa sociedade está baseada em uma estrutura cristã”, disse e advertiu que, “se tiramos esses valores religiosos, então, tudo seria válido e isto seria terrível, e com frequência estaríamos em sérios problemas”.

“O adultério poderia ser muito bonito, mas finalmente nos causaria um grande dano. E danificaria seriamente a estrutura da sociedade”.

Nesse sentido, Irons sublinhou: “Sim, a pessoa pode estar apaixonada e formar uma família maravilhosa sem estar casada, mas o matrimônio realmente nos dá uma força, porque é muito difícil desistir e, por isso, nos ajuda a lutar mais por mantê-lo unido”.

“Se o divórcio se tornasse muito fácil – o que quase aconteceu –, então, não teríamos esse apoio. Porque as relações são difíceis para todos os casais”, acrescentou.

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