MADRI, 25 de nov de 2016 às 13:00
A Áustria estabelece um precedente para reconhecer a vida do não nascido. Neste caso, o governo dirigido pelos social-democratas obteve apoio suficiente para avançar com uma reforma que permite aos pais inscrever no Registo Civil as crianças falecidas antes do nascimento com peso inferior a 500 gramas.
Esta medida, que saiu graças ao apoio dos cristãos democratas e dos socialistas, outorga aos pais uma certidão de nascimento de seu filho falecido, assim como a certidão de óbito na qual consta o nome do bebê.
Por enquanto, é o primeiro país europeu que aprovou uma medida com características semelhantes, mas é um grande passo para reconhecer não só que as crianças concebidas são seres humanos, mas também que têm personalidade jurídica própria.
A ministra da Família austríaca Sophie Karmasin se mostrou satisfeita com a medida. Segundo a mídia ‘Kurier’, a ministra assegura que se trata de uma medida “que ajudará os pais a superar a morte de seus filhos”.
No entanto, afirmou que os pais precisam de um relatório do hospital que confirme o falecimento para que comecem os trâmites de reconhecimento.
A ministra detalhou que ainda estão estudando se esta medida pode ser aplicada em caráter retroativo.
Por sua parte, a ministra da Saúde Sabine Oberhauser assegurou que “ambos os pais têm que solicitar o registro de maneira voluntária, sem pressões”.
Embora a Áustria seja o primeiro país que tomou uma medida real sobre os direitos do não nascido, outros países já estão começando a reconhecê-los.
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O reconhecimento do não nascido
Na Irlanda, em agosto, um juiz da Corte Suprema explicou que o não nascido tem de maneira implícita uma série de direitos que vão muito além do direito de viver, dando ênfase especial a que estes direitos “devem ser tomados muito a sério por parte do Estado”.
Do mesmo modo, grupos de famílias de vários países pediram aos seus governantes que tomem uma medida a favor da criança que está por nascer. Como no caso do Chile, contado por ‘Actuall’, onde um grupo de famílias, acompanhadas por organizações de apoio a pais em luto, foi em novembro ao Palácio Presidencial para pedir à presidente Michelle Bachelet que apoie o projeto de lei que permite aos pais inscrever com nome legal seus filhos que faleceram no período de gestação ou durante o parto.
Publicado originalmente em Actuall.
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— ACI Digital (@acidigital) 20 de outubro de 2016