REDAÇÃO CENTRAL, 19 de abr de 2017 às 18:10
Recentemente, autoridades e a imprensa brasileiras alertaram sobre a disseminação no país de um jogo chamado Baleia Azul, que leva ao suicídio de jovens e representa “mais um passo” do diabo na sociedade, segundo o Padre José Eduardo de Oliveira da Diocese de Osasco (SP).
Jogo da baleia azul, não caia nesse jogo pic.twitter.com/rhyuy29k9l
— Guilherme santiago (@Guilher67565639) 8 de abril de 2017
O Baleia Azul se trata de uma série de 50 desafios que são passados aos participantes por meio de grupos fechados em redes sociais, como desenhar uma baleia, cortar o próprio corpo, assistir filmes de terror de madrugada, entre outros, sendo o último deles cometer o suicídio.
O desafio teve início na Rússia e, nos últimos dias, foram registrados casos de suicídios de jovens no Brasil relacionados ao jogo. Além disso, casos de tentativas de adolescentes de tirar a própria vida estão sendo investigados.
Diante disso, Pe. José Eduardo de Oliveira, conhecido pelo seu apostolado nas redes sociais, postou nesta quarta-feira, 19, em seu Facebook uma reflexão intitulada “‘Baleia azul’ e o abismo da cultura de morte”.
O sacerdote, Doutor em Teologia Moral pela Pontifícia Universidade da Santa Cruz (Roma), observou que “o século XX foi o século da ‘cultura da morte’: começamos com duas guerras e o comunismo, genocídio e democídio incomparáveis; depois, começou-se a difundir o aborto (matar os filhos); em seguida, puseram-se a praticar a eutanásia (matar os pais); por fim, criaram clínicas para o suicídio assistido (matar-se a si mesmo)”.
“Agora – alerta –, o diabo deu mais um passo: está fazendo os adolescentes e jovens flertarem com o suicídio disfarçado de jogo: ‘A Baleia azul’”.
“Como a absorção do Evangelho não se faz à margem da família, e a própria Igreja é uma estrutura primária da sociedade, uma família sobrenatural, a exclusão de Deus da sociedade laicista só produzirá estes frutos amargos e letais”, acrescenta.
Nesse sentido, faz uma exortação: “Quem dera os homens acordassem e corressem para a direção contrária: Deus, a família e a vida… — Despertai, antes que seja tarde demais!”.
O que a Igreja diz sobre o suicídio
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Em um recente artigo, Prof. Felipe Aquino, apresentador do programa Escola da Fé na TV Canção Nova, explicou que “a Igreja sempre ensinou que não somos proprietários da nossa vida, e sim Deus, por isso não podemos pôr fim a ela”.
Para tal, cita o Catecismo da Igreja Católica, que em seu parágrafo 2280 afirma: “Cada um é responsável por sua vida diante de Deus, que lhe deu e que dela é sempre o único e soberano Senhor. Devemos receber a vida com reconhecimento e preservá-la para honra dele e salvação de nossas almas. Somos os administradores e não os proprietários da vida que Deus nos confiou. Não podemos dispor dela”.
Neste sentido, acrescenta, “a prática do suicídio torna-se mais grave ainda se for usado como exemplo, especialmente para os jovens, para justificar que a vida não tem sentido, e que por isso se possa eliminá-la”.
“Uma mentalidade pagã que tem como único sentido para a vida o prazer, quando este não é possível, pode querer suprimi-la”, assinala, ressaltando que “cooperar com o suicídio de alguém é também falta grave”.
Por outro lado, lembra que “a Igreja reconhece que as motivações ao suicídio podem ser complexas” e o próprio Catecismo diz que “distúrbios psíquicos graves, a angústia ou o medo grave da provação, do sofrimento ou da tortura podem diminuir a responsabilidade do suicida” (CIC §2282).
Por isso, “não se deve desesperar da salvação das pessoas que se mataram. Deus pode, por caminhos que só Ele conhece, dar-lhes ocasião de um arrependimento salutar. A Igreja ora pelas pessoas que atentaram contra a própria vida” (CIC §2283).
É importante, indica Prof. Felipe Aquino, oferecer orações a Deus por uma pessoa que tenha cometido suicídio “e principalmente a santa Missa pela salvação e sufrágio de sua alma”.
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— ACI Digital (@acidigital) 14 de julho de 2016