VATICANO, 4 de jun de 2015 às 16:03
Na solenidade do Corpo e Sangue do Senhor Jesus, o Corpus Christi, o Papa Francisco afirmou que a Eucaristia é o sacramento da união de Cristo com a humanidade, mas que esta união pode ser quebrada quando cedemos às idolatrias dos nossos tempos. Na sua homilia o Papa indicouque “o aparecer, o consumir, o ‘eu’ no centro de tudo” são as idolatrias modernas e as passam também pelo “competir, a arrogância como atitude vencedora, nunca admitindo ter errado ou ter necessidade”.
“Nós nos separamos quando não somos dóceis à Palavra do Senhor, quando não vivemos a fraternidade entre nós, quando competimos para ocupar os primeiros lugares, quando não encontramos a coragem de testemunhar a caridade, quando não somos capazes de oferecer esperança”, destacou o Santo Padre diante das centenas de presentes na missa celebrada na Basílica de São Pedro na tarde de hoje em Roma.
“O Cristo presente em meio a nós, no sinal do pão e do vinho, exige que a força do amor supere toda laceração e, ao mesmo tempo, torne-se comunhão com o pobre, apoio para o fraco, atenção fraterna aos cansados em carregar o peso da vida cotidiana”, disse.
“E o que significa hoje para nós “padecer-nos”, ou seja, diminuir a nossa dignidade cristã? Significa deixarmo-nos atingir pelas idolatrias do nosso tempo: o aparecer, o consumir, o eu no centro de tudo; mas também ser competitivos, a arrogância como comportamento vencedor, o não dever nunca admitir ter errado ou ter necessidades”.
“Tudo isto nos abate, nos torna cristãos medíocres, mornos, insípidos, pagãos”, asseverou.
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Francisco continuou sua reflexão afirmando que “Jesus derramou o seu sangue como preço e como batismo, para que fôssemos purificados de todos os pecados”. Se bebermos dessa fonte, acrescentou, “o Sangue de Cristo nos libertará dos nossos pecados e nos restituirá a nossa dignidade”.
“Sem nosso mérito, com sincera humildade, poderemos levar aos nossos irmãos o amor de nosso Senhor e Salvador. Seremos os seus olhos que vão em busca de Zaqueu e de Madalena; seremos a sua mão que socorre os doentes no corpo e no espírito; seremos o seu coração que ama os necessitados de reconciliação e de compreensão”, pontuou.
“A Eucaristia atualiza a Aliança que nos santifica, nos purifica e nos une em comunhão admirável com Deus”, expressou o Santo Padre.
Ao início da procissão com o Santíssimo pelas ruas de Roma, o Papa lembrou também dos cristãos perseguidos e pediu: “Sintamo-nos em comunhão com tantos nossos irmãos e irmãs que não têm a liberdade de expressar a sua fé no Senhor Jesus. Sintamo-nos unidos a eles: cantemos com eles, louvemos com eles, adoremos com eles. E veneremos no nosso coração aqueles irmãos e irmãs aos quais foi pedido o sacrifício da vida pela fidelidade a Cristo: o seu sangue, unido ao do Senhor, seja penhor de paz e de reconciliação pelo mundo inteiro.
Falando ainda sobre a procissão pelas ruas de Roma e que ocorre em tantos lugares do mundo, o Papa afirmou: “Que esta possa exprimir o nosso reconhecimento por todo o caminho que Deus nos fez percorrer através do deserto das nossas pobrezas”.