Roma, 25 de mai de 2017 às 08:00
No Iraque, os sacerdotes são obrigados a se tornarem engenheiros para ajudar a reconstruir cerca de 13 mil casas de cristãos que foram danificadas ou destruídas pelo Estado Islâmico (ISIS) na Planície de Nínive. A ideia é que tenham um lugar para onde possam voltar.
Por esta razão, a Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) criou a Comissão para a Reconstrução de Nínive.
Além de celebrar a Eucaristia, os sacerdotes também trabalham como topógrafos e conseguem materiais elétricos e materiais para a reconstrução das casas. Os primeiros trabalhos estão sendo realizados nos lugares ocupados pelo ISIS durante pouco tempo e onde não há muitos danos materiais.
Um dos membros deste projeto é o Pe. Georges Jahola, um sacerdote sírio-católico natural de Qaraqosh.
O sacerdote disse à ACN que, “no Iraque, se a Igreja não faz estas coisas, quem vai fazer? Nós temos a capacidade de agir e de dialogar, e também temos contatos”.
A reconstrução da Planície do Nínive inclui cinco aldeias cristãs caldeias: Badnaya, Karamlesh, Telleskof, Bakofa e Telkef, localizadas na região do oriente.
Pe. Salar Boudagh, outro membro da iniciativa, indicou que precisam de sete mil dólares para renovar uma residência levemente danificada. Restaurar uma casa incendiada custa 25 mil dólares e reconstruir uma casa completamente destruída custa 65 mil dólares.
“Começamos a reconstrução em Telleskof e Bakofa, porque nesses locais os danos das casas não foram muito graves, ao contrário do que aconteceu em Badnaya, onde 80% das casas foram destruídas”, assinalou o presbítero.
“Antes da chegada do Estado Islâmico viviam em Telleskof 1.450 famílias, em Bakofa 110, em Badnaya 950, em Telkef outras 700 e em Karamlesh 875. Para essas famílias, a primeira condição para voltar às suas casas é a segurança”, indicou o também Vigário Geral da diocese caldeia de Alqosh.
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Em seguida, o sacerdote destacou que “nossa zona, a região oriental da Planície de Nínive, está sendo controlada por uma força de segurança cristã, os zeravani, que nos garante uma segurança de cem por cento. Trata-se de uma milícia oficial retribuída pelo Curdistão”.
Em Qaraqosh devem ser reconstruídas 6.327 casas de cristãos sírio-católicos (108 casas foram totalmente destruídas) e 400 casas de cristãos sírio-ortodoxos (7 totalmente destruídas).
Pe. Jahola explicou que depois da libertação de Qaraqosh do controle dos jihadistas – operação que ocorreu entre novembro e dezembro de 2016 –, foram fotografadas seis mil casas da cidade. Estas foram divididas por setores e classificadas conforme o grau de deterioração.
“Há casas muito danificadas ou totalmente destruídas que serão totalmente reconstruídas, casas queimadas ou atingidas por um míssil que podem ser restauradas e, finalmente, há casas parcialmente danificadas que podemos reconstruir com poucos recursos”, afirmou.
“Quando começamos, éramos uma equipe de 20 engenheiros voluntários; agora temos 40 engenheiros e cerca de dois mil trabalhadores prontos para começar as obras. Somos otimistas, porque o abastecimento elétrico está sendo lentamente restabelecidos em toda a cidade”, assinalou o Pe. Jahola.
Confira também:
Seminarista que salvou Eucaristia do ISIS volta ao local com o Santíssimo como sacerdote https://t.co/D0KGsXFabz
— ACI Digital (@acidigital) 19 de maio de 2017