O Papa Francisco visitará a Suécia entre os dias 31 de outubro e 1º de novembro por ocasião dos 500 anos da reforma protestante de Martinho Lutero, o que gerou diversas opiniões em torno do encontro ecumênico.

O Grupo ACI entrevistou o ex-pastor e fundador da igreja pentecostal mais influente da Suécia moderna e de toda Escandinávia, Ulf Ekman, que compartilhou 4 chaves para entender a viagem do Santo Padre ao país europeu, no qual apenas 1,5% da população é católica.

Ekman entrou em plena comunhão com a Igreja Católica em 2014, após estudar por dez anos o Magistério, o Catecismo, a Doutrina Social e depois de conhecer o exemplo de vida dos católicos carismáticos.

Confira a seguir as 4 chaves propostas por Ekman.

1. A visita comemora a reforma, não a celebra

“Sinto que a visita do Papa Francisco dará muitos frutos. Também acredito que sua visita à Suécia é única. Esta acontecerá por ocasião da comemoração, não da celebração, junto aos filhos deste acontecimento histórico conhecido como reforma”.

“Espero com otimismo que a reforma seja reavaliada de uma maneira mais objetiva: o que realmente aconteceu, quais são os frutos bons e os ruins. E obviamente, rezar juntos para poder crescer e esperar uma profunda unificação”, expressou Elkman.

Do mesmo modo, em recentes declarações na Sala de Imprensa do Vaticano, o Cardeal Kurt Koch, Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, afirmou que “no passado tivemos diversas comemorações com um tom um pouco triunfalista e polêmico das duas partes. Hoje, queremos fazer isto juntos e não fazemos somente a comemoração dos 500 anos da reforma, mas também os 50 anos do diálogo entre luteranos e católicos”.

“Este foi o primeiro diálogo bilateral que a Igreja Católica começou depois do Concílio, em 1967, e este também é um sinal de gratidão. Conseguimos redescobrir tudo o que é comum entre católicos e luteranos”, assinalou o Cardeal Koch.

2. O espírito de humildade do Papa deixará boas sementes

Ekman considerou “que o Papa Francisco está tranquilo e virá com um espírito de humildade total. É um mestre da escuta e, além disso, conhece de maneira especial os luteranos”.

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O ex-pastor luterano disse também que “algumas pessoas se surpreenderão pela sua abertura, entre eles evangélicos, pentecostais, carismáticos, luteranos ou calvinistas. Acredito firmemente que a sua atitude e audácia deixará algumas boas sementes”.

3. O Papa é o indicado para incentivar o encontro e evitar controvérsias

“Também sinto que, embora haja um temor geral de que a Igreja Católica pretenda exercer domínio sobre as denominações cristãs, o Papa é a pessoa indicada para desmantelar tais temores e incentivar os irmãos separados ao encontro e à caridade entre eles”.

Do mesmo modo, assinalou Ekman, o Papa “tentará evitar os temas que possam gerar controvérsia; tudo dentro de um ambiente de caridade e consideração”.

4. Haverá um antes e um depois para a relação de ambas as igrejas

“Sem dúvida alguma existem temores, preconceitos, mas também há muito conhecimento em ambas as partes”.

Entretanto, prosseguiu Ekman, “é necessário ver os irmãos e irmãs que estão do lado oposto não com aspirações de domínio ou escutando o lado ruim que eles têm, mas ver o que temos em comum e como podemos nos aproximar e, sobretudo, como podemos caminhar juntos”.

“Há muitas questões para esta viagem que foram colocadas em cima da mesa e não podem ser evadidas. Com certeza, haverá uma mudança, um antes e um depois deste encontro”, sublinhou.

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