Caxias do Sul, 2 de dez de 2016 às 13:50
Entre os decretos autorizados pelo Papa Francisco nesta quinta-feira, está o do milagre atribuído a um sacerdote que viveu durante 35 anos no Brasil, o Servo de Deus João Schiavo. Com isso, poderá proceder a beatificação do presbítero, que deverá acontecer em 2017.
O milagre aprovado pelo Vaticano foi a cura de Juvelino Carra, morador de Caxias do Sul (RS), que sofria de um grave problema intestinal, mas se recuperou completamente com a intercessão de Pe. Schiavo.
Tudo ocorreu em 1997. Em outubro, Juvelino Corra tinha uma forte dor intestinal e foi encaminhado para uma cirurgia de emergência. Dr. Ademir Cadore, o médico cirurgião, diagnosticou que se tratava de uma trombose mesentérica venosa superior aguda que envia todo o intestino delgado.
Após a avaliação, decidiu que seria melhor desisti da cirurgia. Assim, fechou o abdômen de Juvelino e o encaminhou para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) a fim de ser acompanhado até a morte iminente.
Diante dessa notícia, a esposa de Juvelino se apegou fortemente a um santinho de Padre João Schiavo e pediu: “Pe. João, tu deves sarar meu marido, tu deves ajudá-lo, tu deves reconduzi-lo para casa…”.
As orações logo alcançaram a cura do marido, que, para surpresa dos médicos e familiares, passou a apresentar sinais de melhora. Em sete dias, ele teve alta hospitalar, sem apresentar problemas ou sequelas.
Passados 12 anos deste fato, por ocasião do processo sobre o presumível milagre, as avaliações da equipe médica do Vaticano confirmaram o estado de saúde normal de Juvelino.
Sacerdote missionário no Sul do Brasil
Padre João Schiavo nasceu em Sant'Urbano de Montecchio Maggiore, Itália, no dia 8 de julho de 1903. Desde pequeno expressava o desejo de ser sacerdote. Deu o primeiro passo para realização deste sonho ao ingressar na Congregação dos Josefinos de Murialdo, onde fez sua primeira profissão religiosa em 1919.
Foi ordenado sacerdote em 10 de julho de 1927, aos 24 anos. Quatro anos mais tarde, realizou outro sonho, o de ser missionário. Obediente aos superiores, partiu para o Brasil, tendo chegado a Jaguarão (RS), em 5 de setembro de 1931.
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Em terras brasileiras, desempenhou um grande trabalho vocacional e foi o primeiro mestre de noviços da missão Josefina no país. Sua missão foi desenvolvida sobretudo na região de Caxias do Sul.
Além disso, fundou várias obras em prol de crianças e jovens pobres, como o Abrigo de Menores São José, em Caxias do Sul; a Obra Social Educacional, em Porto Alegre (Partenon e no Morro da Cruz, respectivamente); o Abrigo de Menores em Pelotas e Rio Grande (RS); o Colégio Nossa Senhora Mãe dos Homens, em Araranguá (SC).
Entre 1947 e 1956, foi o primeiro Superior Provincial dos Josefinos no Brasil. E, em 9 de maio de 1954, iniciou, em Fazenda Souza – Caxias do Sul –, o primeiro grupo das Irmãs Murialdinas de São José no Brasil. Foi também na Fazenda Souza onde fundou a Escola Santa Maria Goretti das Irmãs Murialdinas.
Atualmente, na Fazenda Souza é mantido um memorial que homenageia o Pe. Schiavo, onde estão depositados os seus restos mortais.
Ela faleceu no dia 27 de janeiro de 1967, após ter adoecido gravemente no final de novembro de 1966. Logo adquiriu fama de santidade.
A data de beatificação de Padre João Schiavo ainda não foi definida, mas, segundo a Diocese de Caxias do Sul, deverá acontecer em 2017, nesta cidade gaúcha.
Confira também:
Padre Victor é beatificado em Missa presidida por Bispo de Campanha (MG) https://t.co/yr3IpXXDUh pic.twitter.com/bPBIUlBRvD
— ACI Digital (@acidigital) November 17, 2015