Vaticano, 9 de nov de 2015 às 11:20
O Papa Francisco afirmou que o roubo de documentos privados do Vaticano e sua recente publicação em dois livros, “Via Crucis” e “Avarizia”, escritos por jornalistas italianos, é “um ato deplorável que não ajuda” e publicá-los “foi um engano”. Mas, apesar de tudo isso, as reformas no Vaticano continuarão sendo feitas.
Depois de rezar o Ângelus na Praça de São Pedro, o Pontífice fez referências às notícias acerca dos últimos acontecimentos e deu uma mensagem tranquilizadora aos fiéis.
“Sei que muitos de vocês ficaram conturbados pelas notícias que circularam nos dias passados sobre documentos reservados da Santa Sé que foram subtraídos e publicados”.
“Por isso, gostaria de lhes dizer, antes de tudo, que roubar esses documentos é um crime”, assegurou o Santo Padre.
“É um ato deplorável que não ajuda. Eu mesmo tinha pedido para fazer esse estudo, e esses documentos eu e os meus colaboradores já os conhecíamos bem, e foram tomadas as medidas que começaram a dar frutos, até mesmo alguns visíveis”.
“Por isso, quero lhes assegurar que este triste fato não me distrai certamente do trabalho de reforma que estamos realizando com os meus colaboradores e com o apoio de todos vocês”.
Acrescentou: “Sim, com o apoio de toda a Igreja, porque a Igreja se renova através da oração e da santidade de todo batizado. Portanto, agradeço a vocês e peço que continuem a rezar pelo Papa e pela Igreja, sem se deixarem turbar, mas indo para a frente com confiança e esperança”.
Há uma semana, o Secretário da Prefeitura para os Assuntos Econômicos da Santa Sé, Mons. Lucio Angel Vallejo Balda, e uma assessora deste departamento, Francesca Immacolata Chaouqui, foram interrogados no Vaticano sob a acusação de filtrar os documentos. O primeiro permanece preso em dependências das autoridades do Vaticano.
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Por sua parte, Pe. Federico Lombardi, porta-voz da Santa Sé, assinalou há alguns dias que “o Vaticano está procedendo sem incertezas no caminho da transparência e da boa administração”.
Em seguida, o sacerdote explicou: “Uma boa parte daquilo que foi publicado é o resultado de uma divulgação de notícias e documentos reservados e, portanto, de uma atividade ilícita que está perseguida penalmente por decisão das autoridades vaticanas competentes”.
A respeito do conteúdo das obras, o porta-voz explicou que “se pode dizer que grande parte destas são informações já conhecidas, embora a maioria com menos amplitude e detalhe, mas, sobretudo, observa-se que a documentação publicada é, em sua maior parte, relacionada a um notável compromisso de recolher dados e informações iniciados pelo próprio Santo Padre, a fim de desenvolver um estudo e uma reflexão de reforma e de melhorar a situação administrativa do Vaticano e da Santa Sé”.
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