Um grupo de vizinhos do povoado de Radnor, na Filadélfia (Estados Unidos), protestou contra a construção de uma ponte por considerá-la “demasiado católica”, porque terá duas cruzes.

O desenho da ponte inclui duas cruzes que medem 1,40 metros cada uma e que estarão localizadas em cada extremo da estrutura. A ponte conectará o campus principal da Universidade Católica de Villanova com a outra parte de seus terrenos.

A polêmica se deu porque os carros que cruzam a Rota 30 poderiam ver a ponte e suas cruzes por baixo.

Os vizinhos argumentam que a universidade está indo além da separação entre a Igreja e o Estado ao colocar cruzes em um caminho público.

“Acho que estão ultrapassando seu sentido ecumênico para esfregar essas cruzes em nossas caras”, expressou ao ‘Inquirer Daily News’ uma moradora e opositora às cruzes, Sara Pilling.

Outros vizinhos protestaram dizendo que o dinheiro dos contribuintes não deveria financiar uma ponte que exibe um elemento religioso. Do mesmo modo, alguns consideram que a ponte deveria incorporar as cruzes de uma forma mais sutil.

A presidente da Liga de Mulheres Votantes de Radnor, Roberta Winters, disse ao jornal ‘Inquirer’ que, “embora reconheçamos a importância de Villanova em nossa comunidade e a notoriedade que outorga a Radnor, não haveria formas menos ostentosas para refletir uma instituição católica?”.

Devido aos protestos, a Junta de Comissionados de Radnor decidiu submeter a construção da ponte à votação. Este projeto foi aprovado a favor da universidade no mês passado com 6 votos contra 0.

Diante das críticas, os funcionários da Universidade de Villanova manifestaram que a instituição estava em seu direito de colocar cruzes na ponte, porque pertence à universidade e está dentro de sua propriedade.

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“Em cada edifício do campus há uma cruz”, expressou o Reitor da universidade, Pe. Peter Donohue, ao jornal ‘Inquirer’.

“Eu entendo as sensibilidades das pessoas, mas é algo que sempre fizemos. É parte de quem somos. Somos uma instituição que tem suas raízes na fé”, acrescentou.

Inclusive depois da aprovação unânime da Junta de Comissionados de Radnor, alguns vizinhos mantiveram sua oposição e entraram em contato com uma fundação que escreveu uma “forte carta” de oposição ao projeto dirigida ao departamento de transportes da Pensilvânia.

Na missiva, indicaram que com o dinheiro da ponte estavam financiando inconstitucionalmente símbolos cristãos. Também solicitaram a retirada das cruzes.

O departamento de transportes expressou aos meios de comunicação locais que sua contribuição de 3,7 milhões de dólares ao projeto foi para ter direito sobre a parcela do trecho da via que controla.

Indicaram que não têm poder sobre a obra da universidade, porque compete à sua propriedade e aos seus próprios fundos. Além disso, porque estão cobrindo o custo das cruzes e de quase toda a ponte.

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