DUBLIN, May 19, 2007 / 22:43 pm
Uma adolescente grávida comoveu à opinião pública irlandesa. Ela obteve que o Poder Judicial lhe concedesse permissão para viajar a Grã-Bretanha e abortar a seu bebê que padece anencefalia, mas após obter informação pró-vida em Internet, decidiu não matar a seu bebê e esperar o desenlace natural de sua má formação.
A anencefalia supõe a ausência total ou parcial do cérebro do concebido. Os bebês anencefálicos morrem aos dias ou horas de nascer, salvo casos excepcionais como o da menina brasileira Marcela de Jesus Galante Ferreira que já cumpriu seis meses de vida.
Na Irlanda o aborto não é legal e a adolescente, conhecida com o pseudônimo de "Miss D", recorreu aos tribunais de seu país para obter uma permissão especial.
O jornal Irish Independent informou que dias depois da decisão judicial que lhe concedeu a permissão de viajar a Inglaterra para abortar, a adolescente trocou de opinião. "Sinto que solo é um ser humano normal, quero lhe dar sua própria sepultura", declarou. Como é sabido, os restos dos bebês abortados são desprezados e se um bebê morrer ao nascer, seu corpo é entregue à família para que lhe celebrem um funeral.
"Enterrarei meu filho aqui. Já comprei roupa para meu bebê", declarou a adolescente e assegurou que sempre verá este bebê como seu primeiro filho e que inclusive lhe escolheu um nome. Disse que lhe comprará um traje precioso para seu funeral.
Ante quem lhe repete que os bebês anencefálicos vivem muito pouco tempo, a mãe responde: "acredito que a maioria da gente pensa que sou muito tola e que este bebê não é muito. Mas este bebê significa o mundo para mim".
A adolescente assegura que os sites pró-vida fizeram que mudassem de opinião. "Vi fotos de bebês abortados. Eu não queria isso, meu bebê merece viver e merece mais que isso", indicou.
Quando soube que seu filho padece anencefalia, a adolescente decidiu abortar. Embora a Irlanda proteja ao não nascido em sua Constituição, existem precedentes legais de menores a quem lhes permitiu viajar a Inglaterra para abortar. Em Grã-Bretanha, o aborto não tem limite legal no caso de má formações.
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