HAVANA, Sep 12, 2004 / 11:54 am
O Bispo do Cienfuegos, Dom Emilio Aranguren, pediu em seu tradicional discurso breve radial pelo dia da Virgem da Caridade –um dos poucos espaços de comunicação mediática da Igreja- que os cubanos vivam a caridade cotidiana a partir de suas próprias famílias.
Dom Aranguren recordou que neste ano de 2004, os Bispos cubanos se propuseram “animar a vida familiar com os valores do Evangelho declarando o ‘Ano da Família’”.
“Maria da Caridade do Cobre, como Mãe não só da família de Nazaré, mas também dos discípulos de seu filho e portanto de nossas famílias, como toda mãe boa, quer ver seus filhos unidos em harmonia, ajudando-se solidariamente nas necessidades, respeitando-se nas diferenças, vivendo em paz para poder desfrutar de um mundo e uma sociedade cada vez mais fraterna e melhor”, indicou.
Segundo o Bispo, a comemoração que a “Mãe dos Cubanos” espera de seus filhos vai além de umas flores ou umas velas. “Certamente, mais lhe agradará que, junto com essa comemoração exterior de nosso amor, proponhamo-nos levar mais a sério a atenção a nossos familiares, que é o melhor investimento da vida”, indicou.
Dom Aranguren propôs aos cubanos alguns meios concretos para viver a caridade como aproximar-se dos irmãos mais sozinhos ou afastados, deixar os ressentimentos para os pais ou familiares “e não guardar contas do mal. Isso não só faz bem e faz crescer a quem o recebe e também a quem o dá”.
Do mesmo modo, assinalou que às vezes “os trabalhos ou o televisor estão nos roubando muito do tempo que também teríamos que gastar prioritariamente estando com os nossos, nos contando nossas coisas, nos fazendo a visita, nos interessando pela educação, amizades e tipo de diversão. Isto é algo que reclamam, especialmente, os mais jovens no lar.”
“Possivelmente os maiores ou doentes da família estão necessitando uma palavrinha de ânimo, um momento de companhia que mitigue solidão ou pesar, ou um sorriso ou um detalhe que lhes faça presente a ternura de Deus”, assinalou.
O Bispo também pediu aos doentes oferecer seu “sofrimento pessoal e muito calado pela vivência dos valores cristãos em meio de sua família: filhos, netos e demais. A oferenda oferecida no silêncio é fecunda em abundantes e inesperados frutos”.
“Levemos em conta que tudo o que facilita e alegra a vida fazendo-a mais digna e humana é caridade”, assinalou.
Dom Aranguren recordou que a “Virgem da Caridade é mãe da família cubana porque também ajudou de múltiplos maneiras a todo nosso povo em páginas indeléveis que ficaram recolhidas na história pessoal de muitos cubanos e de muitas de nossas famílias ao longo dos anos”.
“Isto é o que nos permite também reconhecer a influência espiritual da presença maternal da Virgem da Caridade na gestação de nosso povo como nação e, por isso, hoje, desde seu altar do Cobre, tão amado e venerado por todas as gerações de cubanos, segue-nos benzendo e acompanhando em nosso caminhar por forjar cada dia uma Cuba melhor”, concluiu.
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