28 de novembro de 2024 Doar
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O Papa denuncia o terrorismo que instrumentaliza Deus e despreza a vida humana

Ao receber hoje em Castel Gandolfo a duas centenas de pessoas do mundo da política que participam do encontro da Internacional Democrática de Centro e Democrata Cristã (IDC), o Papa Bento XVI criticou o terrorismo que pretende justificar suas ameaças à segurança do Ocidente com a recriminação de ter esquecido a Deus e denunciou as redes deste "fenômeno gravíssimo" que instrumentalizam Deus e desprezam a vida humana.

Depois de reivindicar o direito que tem "as tradições autenticamente religiosas de mostrar publicamente sua identidade", o Santo Padre afirmou que "o respeito da tradição contribui, além disso, a desmentir a repetido recriminação de ter esquecido a Deus, com o que algumas joguem as redes terroristas pretendem justificar suas ameaças à segurança das sociedades ocidentais. O terrorismo é um fenômeno gravíssimo que, freqüentemente, chega a instrumentalizar Deus e despreza de forma injustificável a vida humana".

Em seu discurso, o Pontífice defendeu o direito que têm as sociedades a defender do terrorismo, precisando, entretanto, que aquele "se deve exercer sempre respeitando plenamente as regras morais e jurídicas, inclusive no concernente à eleição dos objetivos e os meios. Nos sistemas democráticos o uso da força não justifica jamais a renúncia aos princípios do estado de direito".

A este respeito, "a Doutrina Social da Igreja oferece elementos de reflexão úteis para promover a segurança e a justiça em âmbito nacional e internacional, partindo da razão, do direito natural e também do Evangelho".

"A Igreja sabe que não corresponde a ela mesma fazer valer politicamente sua doutrina, já que seu objetivo é servir à formação da consciência na política e contribuir a que cresça a percepção das verdadeiras exigências da justiça e, ao mesmo tempo, a disponibilidade para atuar conforme a elas, mesmo que isto estivesse em contraste com situações de interesses pessoais", disse o Papa.

Finalmente, Bento XVI assinalou que a Igreja pede "a quantos compartilham a fé em Cristo que dêem testemunho dela hoje, com um valor e uma generosidade ainda maiores. A coerência dos cristãos é também indispensável efetivamente na vida política para que o ‘sal’ do compromisso apostólico não perca seu sabor".

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