CARACAS, Oct 5, 2004 / 15:38 pm
Durante a Abertura do Encontro Continental "Novos Desafios dos Direitos humanos", Dom Roberto Lücker Leão, Bispo de Coro e Presidente do Cáritas Venezuela, destacou que a defesa dos Direitos humanos por parte da Igreja se diferencia de outras organizações onde os católicos se apóiam na Doutrina social da Igreja.
O Prelado destacou durante o discurso inaugural que “em seu longo e árduo trabalho, Cáritas Venezuela encontrou um sócio próximo entre as problemáticas que atende e a temática de Direitos humanos”.
O Bispo explicou a respeito que “o conceito de direitos humanos ampliou a noção da cidadania, evoluindo de um âmbito estritamente jurídico ou normativo, até incluir direitos de caráter social e ambiental, que declaram acesso ao bem-estar e desenvolvimento sustentável”.
Dom Lückert advertiu, entretanto, que “as famílias e comunidades em situação de pobreza e vulnerabilidade carecem de capital humano, social e político. Por debilidade, não têm voz. Esta falta de espaços para elevar suas inquietações, para serem ouvidos e para incidir na tomada de decisões, é causa que limita seu acesso à vida democrática nacional e por debilidade, sua capacidade para o exercício de direitos políticos, sociais, econômicos, civis e culturais”.
Estes grupos de famílias mais pobres, explicou o Presidente do Cáritas Venezuela, “não podem mobilizar-se nem estão organizados para exigir mudanças em seu favor; não têm a possibilidade de incidir na formulação das políticas públicas que lhes afetam; suas prioridades com freqüência não são atendidas na elaboração dos programas públicos”.
“Vista a pobreza e a exclusão do marco de direitos humanos –continuou o Prelado-, é necessário ter em mente a importância de avançar para condições que permita a todas as pessoas superarem aqueles obstáculos que discriminam ou impedem o acesso aos serviços básicos”. Por isso “as prestações, incentivos, serviços ou transferências econômicas que Cáritas e outras organizações da Igreja, realiza em favor destas pessoas, devem entender-se como um esforço por restituir para elas sua capacidade de exercício de direitos humanos fundamentais” e não como “uma dádiva graciosa de nossas instituições”.
O Prelado explicou em seguida que o trabalho da Conferência Episcopal Venezuelana (CEV) na área dos Direitos humanos se concretiza de diversas formas.
“O mais difícil, entretanto, não consiste em dar estes primeiros passos, mas sim em continuar avançando em um trabalho sustentado, o qual supõe várias dificuldades e riscos”, adicionou.
Os DD HH na Igreja
Dom Lückert explicou que “uma provocação importante para nós neste campo, foi o tratar de fazer uma clara distinção entre o trabalho que como Igreja realizamos em direitos humanos e o trabalho que neste mesmo sentido realizam outros grupos não cristãos”.
“Nosso trabalho nesta área se emoldura na Doutrina Social da Igreja, que é nosso guia, e a visão evangélica que nos inspira. Por isso, nosso trabalho no âmbito dos direitos humanos, deve estar por cima de toda intencionalidade política, cujo efeito limitou por muitos anos, o impacto do trabalho imparcial, independente e humanitário que constitui o verdadeiro objetivo que todos procuramos na promoção dos direitos humanos”.
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