ROMA, Oct 18, 2004 / 17:21 pm
O Ministro de Assuntos Europeus da Itália e candidato deste país a juiz da Corte Européia, o católico Rocco Buttiglione, denunciou a existência de uma genérica “inquisição anticristã” na Europa e uma “campanha de ódio” contra ele, que desqualifica e interpreta mal o quanto declara.
“Terá que desqualificar a Buttiglione, faça o que fizer, e isto não deixa em bom lugar a democracia. Não ajuda a entender Buttiglione”, disse falando de si mesmo, o atual delegado europeu de Justiça, Liberdade e Segurança.
Em entrevistas concedidas ao Corriere della Sera e La Stampa, Buttiglione culpou seus problemas com o Parlamento Europeu a “uma nova inquisição anticristã” e a “uma espécie ‘de Berufsverbot’ contra os cristãos”.
Buttiglione explicou que o ‘Berufsverbot’, estabelecido pelo Willy Brandt em 1972, proibia o acesso a empregos públicos na Alemanha a quem tivesse militado na esquerda revolucionária.
Há alguns dias, Buttiglione, filósofo católico e autor de uma das primeiras “biografias intelectuais” do pensamento do Papa João Paulo II, usou uma figura para referir-se às relações entre os Estados Unidos e Europa e declarou que “os filhos que não têm pai, mas só mãe, não são filhos de boa mãe”.
Tais declarações foram usadas por diversos meios para acusar Buttiglione de criticar as mães solteiras. Entretanto, o ministro assegurou que sua afirmação foi mal interpretada pela imprensa, “que cortando daqui e costurando ali puseram em minha boca coisas que não pronunciei”.
Buttiglione adicionou que no caso das “relações entre os Estados Unidos e Europa”, “as crianças que têm somente pai não são crianças porque um homem sozinho pode construir um robô mas não uma criança”.
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