SAN JOSÉ, Sep 1, 2008 / 22:24 pm
O Arcebispo de São José, Dom Hugo Barrantes, exortou aos mais de cem mil católicos congregados em uma marcha convocada por sua Arquidiocese, a cuidar da família, "primeira célula e fundamental da sociedade" e "primeira escola de virtudes"; diante de alguns projetos de lei que procuram atentar contra esta e o matrimônio na Costa Rica.
Na Catedral Metropolitana de São José, ao presidir a Eucaristia com a que finalizou a Grande Marcha pela Família realizada ontem domingo, o Arcebispo destacou que "a família é um dos dons mais valiosos que Deus deu à humanidade. Estamos convencidos que não há alternativa para a família. A família é a primeira escola de virtudes que todas as sociedades necessitam".
Depois de assinalar que "há quem pensa que podem ser felizes sem Deus, que podem mudar e melhorar o mundo sem Deus", o Prelado costa-riquenho sublinhou que "sem Deus, a família se desmorona e se derruba a sociedade".
O Arcebispo se referiu logo ao matrimônio, e disse que este não é "o conto da Alicia no país das maravilhas. Os que se casam devem lembrar que não há sucesso de graça, nem felicidade verdadeira que seja barata. Os esposos devem orar com freqüência diante da cruz. Devem pedir a graça e a força que vêm da cruz, devem ficar sob a proteção da cruz e devem seguir a Cristo pelo caminho da cruz".
Graves ameaças
Seguidamente Dom Barrantes se referiu a cinco projetos de lei que ameaçam à família, fundada sobre a base da matrimônio entre um homem e uma mulher; e à liberdade dos pais para escolher a educação de seus filhos de acordo a suas próprias convicções, diante dos quais os legisladores católicos devem expressar seu mais enérgico rechaço:
O primeiro e o segundo têm que ver com a tentativa de "legalizar as uniões civis entre pessoas do mesmo sexo e lhes outorgar os mesmos direitos do matrimônio. Quando se lê o texto e seu articulado se desprende que é uma homologação de direitos destas pessoas aos dos cônjuges, o qual é de seu inconstitucional à luz da jurisprudência constitucional".
Os outros três projetos são uma proposta para incluir na lei geral de saúde "um capítulo de direitos sexuais e reprodutivos: O projeto separa a sexualidade da reprodução humana e dispõe que cada ser humano é dono absoluto de seu próprio corpo"; e duas leis que pretendem "'normalizar' estilos de vida contra os valores cristãos" e aumentar as penas "por discriminação sobre orientação sexual".
"O comum denominador destes projetos são os 'direitos sexuais'. A Igreja está a favor de um sadio exercício da sexualidade humana. Nestes projetos, com o termo 'direitos sexuais' quer se impor uma concepção da pessoa reduzida ao erótico, sem que esteja acompanhado pelo amor", explicou o Prelado.
Deste modo denunciou que no manual "A sexualidade e a Saúde sexual preproductiva das e dos adolescentes com ênfase em prevenção do HIV/AIDS", introduzem-se "conceitos e práticas claramente inconvenientes nesta etapa de crescimento" sem considerar a opinião dos pais.
Diante destas ameaças, o Arcebispo de São José alentou logo a "gerar um amplo diálogo e procurar estratégias para que a voz dos católicos seja escutada, dentro do contexto de um Estado de direito".
Depois de exortar aos maridos a renovar suas promessas de amor e fidelidade, Dom Barrantes disse que a "grande revolução a favor da família" deve começar por "viver a santidade matrimonial".
"Nesta luta a favor da família contamos com armas poderosas: a oração, a Eucaristia, a Pastoral Familiar, os grupos e movimentos que trabalham a favor da família. E sobre tudo, a bênção de Deus e a proteção da Virgem. Este será o primeiro fruto desta marcha Arquidiocesana, fazer de cada família um templo onde reinem a paz e o amor. A Família é um tesouro, cuidem-na!", concluiu.
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