NOVA IORQUE, Nov 1, 2008 / 19:01 pm
O Observador Permanente da Santa Sé ante a ONU, Dom Celestino Migliore, assinalou que a crise financeira afunda suas raízes não só em inadequado sistema regulatório senão, especialmente na falta de ética e conduta moral.
Em sua intervenção referida ao tema da crise financeira global, o Arcebispo ressaltou que "o aproveitamento desmedido e a busca inescrupulosa de ganho a qualquer custo tem feito que as pessoas esqueçam a ética dos negócios", ao tempo que alentou não só a solidarizar-se com os países mais pobres senão a gerar os meios para "evitar crise similares no futuro".
Depois de comentar como alguns governos não foram o suficientemente estritos para estabelecer as regras econômicas nos níveis mais altos, Dom Migliore precisou que "o princípio de subsidiariedade requer que os governos e as grandes agencias internacionais assegurem a solidariedade a nível nacional e global".
"Não se deve esquecer que nos extremos do sistema financeiro existem pessoas aposentadas, pequenos negócios familiares, indústrias simples e uma quantidade incontável de empregados para quem as economias são uma maneira essencial de sustento. A atividade financeira precisa ser suficientemente transparente para que os poupadores individuais, especialmente os pobres e os mais desprotegidos, entendam o que vai acontecer com seu dinheiro. Isto não só é uma chamada para tomar medidas efetivas de segurança por parte dos governos, mas também para ter um alto padrão de conduta ética por parte dos líderes financeiros".
O Prelado vaticano destacou também que "um estilo de vida, inclusive um modelo econômico, apoiado somente no crescente e incontrolável consumo e não na economia nem na criação de capital produtivo, é economicamente insustentável. Também é insustentável do ponto de vista do meio ambiente e, por cima de tudo, da dignidade humana em si mesmo; já que o consumidor irresponsável renuncia a sua própria dignidade como criatura racional e ofende a dignidade dos outros".
"por cima de tudo –prosseguiu– existe uma necessidade de investir nas pessoas. Uma vez que as inevitáveis operações de salvamento terminem, os governos e a comunidade internacional devem investir seu dinheiro em ajuda às populações mais pobres".
Logo depois de comentar como a experiência demonstra que os que parecem menos "qualificados" para devolver empréstimos revistam ser, paradoxalmente, os mais "sérios e confiáveis emprestadores", o Arcebispo explicou que "a história dos países desenvolvidos demonstra que os empréstimos para saúde, educação, vivenda e outros serviços básicos que beneficiam aos mais fracos nos níveis sócio-econômicos; ao final provam que são o investimento que mais proveito gera, já que asseguram o funcionamento harmonioso da sociedade como um tudo".
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