LIMA, Nov 8, 2004 / 17:27 pm
A fim de resgatar o valor da Eucaristia como união dos homens na presença de Deus, o Cardeal Juan Luis Cipriani Thorne, fez um chamado aos católicos para recordar que a salvação da humanidade está na fraternidade que o sacramento promove.
Através do programa de rádio “Diálogo de Fé” o arcebispo de Lima advertiu a necessidade de não fazer ilusões pois de pouco servem tantos instrumentos que o mundo quer estabelecer para a comunhão. “Se todos esses meios não tiverem uma alma, são simplesmente uma máscara. Não são atos de comunhão porque os falta a presença verdadeira de fé”, expressou.
Referindo-se aos ensinamentos do Papa João Paulo II, o Cardeal recordou que o Pontífice assinalou que a Igreja Católica deve ser uma escola onde se dê a comunhão e a unidade. “O grande desafio que o Papa nos pede é desde Cristo. Precisamente porque se está com Cristo se deve ter um espírito que busca a união e a fraternidade”, acrescentou o Primaz do Peru.
O Pastor de Lima reconheceu que o mistério da Eucaristia, quer dizer que Deus feito homem e ainda continua entre nós na hóstia consagrada, tem tanta luz e sabedoria que corre o risco de que ser incompreendido por alguns.
Nesse sentido, destacou a importância de aprender como aproximar-se do mistério. “Se eu não me preparar, o mistério me deslumbra, me cega e então digo: Deus não existe, a Eucaristia é uma fantasia’. Acredito que temos que nos educar para nos aproximar com respeito a este grande mistério de amor”, disse.
A respeito de como deve ser a preparação e educação, o Cardeal destacou que esta começa por resgatar o valor do silêncio, já que “nos facilita entrar nesse mundo do mistério”.
“Enquanto não aprendamos a meditar, a tratar de ter essa relação com Deus que é mistério, será muito difícil que essa presença viva de Cristo penetre esse enorme ruído que vai de um lado a outro da terra, o que nos permitirá responder às perguntas freqüentes, como: Senhor, para que me trouxeste para o mundo?”, enfatizou.
Adicionou que o silêncio lhe permitiu Ao Papa João Paulo II ter liderança e ser escutado pela gente, mas também o olhar com olhos de unidade e fraternidade.
“É um homem que com esse olhar tão agudo pode descobrir o mistério da presença de Cristo nos problemas de violência, da injustiça, a paz, a economia, o esporte ;com uma visão aguda da fé”, destacou.
O Cardeal Cipriani expressou que esse olhar significa reconhecer em outros o rosto de Cristo, deixando de lado a inveja e a indiferença. “Diz-nos o Papa que essa é outra maneira de viver o espírito de comunhão, vendo as alegrias e os sofrimentos de outros como teus. Todo esse esforço se obtém se primeiro olhar com seu coração a esse Deus”, anotou.
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