MADRI, Nov 16, 2004 / 15:31 pm
O Ministro italiano de Assuntos Europeus, Rocco Buttiglione, explicou as razões pelas que teve que renunciar a ser delegado europeu de Justiça e Liberdades Públicas, e precisou que em seu caso “um cristão foi excluído por sua crença religiosa, e não se respeitou o direito da consciência”.
Em uma entrevista concedida a jornalista Cristina López Schlichting na Rede COPE, o intelectual católico e amigo pessoal de João Paulo II expressou que ao ser posto na necessidade de escolher entre seu posto na Comissão presidida pelo português Durão Barroso e sua consciência, escolheu a segunda.
Ao ser perguntado sobre suas declarações em relação aos homossexuais, Buttiglione admitiu ter dito “o mínimo do mínimo que poderia dizer sem trair minha fé; possivelmente não sou um católico muito valente, porque disse o mínimo, mas não foi suficiente. Eles queriam que eu dissesse que a homossexualidade não tem nenhum efeito moral negativo, e isso é uma violação da consciência.”.
Depois de negar ter dado a entender alguma vez que pelo fato de ser homossexual alguém tem que ser discriminado ou tratado de forma diferente, Buttiglione manifestou que “pensar que a homossexualidade é um pecado não significa crer-se superior aos homossexuais”. “É possível que eu seja mais pecador em outros aspectos e, em realidade, todos os homens são pecadores”, particularizou.
Do mesmo modo, o político italiano classificou de “bastante ridículo” que lhe queira atribuir declarações discriminatórias de mães solteiras. Explicou que o contexto de suas declarações era a política internacional com respeito à Europa e Estados Unidos. “Os jornalistas disseram que eu estava contra as mães solteiras, quando todo mundo sabe que eu sempre defendi a todas as mães, e às solteiras também”, assegurou Buttiglione.
Hostilidade...Complô?
Ao narrar tal situação, Buttiglione se perguntou “Tenho a obrigação de pensar que há certa hostilidade contra mim? um complô? Não sei, mas isto prova que é possível”.
Depois de reconhecer não ter “nenhuma certeza” sobre um possível complô, o ministro manifestou só ter perguntas. “Temos uma Europa em que Adenauer, Schuman e De Gasperi não poderiam ser delegados? Eu espero que não, que meu caso pessoal seja um equívoco e que no futuro não seja assim. Mas neste caso o que aconteceu é que um cristão foi excluído por sua crença religiosa, e não se respeitou o direito da consciência.
“É curioso o caso dos Estados Unidos. É um país moderno em todos os campos, e entretanto é um país mais religioso. Assim não é verdade isso que dizem alguns de que o futuro exige uma modernidade sem religião. Alguém disse que George W. Bush não poderia ser hoje delegado europeu. E é certo. Mas tampouco poderia sê-lo Kerry, porque também ele diz que em sua consciência considera negativos moralmente a homossexualidade e o aborto. Pensa-o moralmente, mas não politicamente. Assim Kerry tampouco resistiria diante de uma comissão como a que encontrei eu”.
um bom objetivo porque me conhece bastante como cristão matar um para educar centenasAs melhores notícias católicas - direto na sua caixa de entrada
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