BUENOS AIRES, May 13, 2004 / 17:05 pm
Durante a Missa inaugural da 87º Assembléia Plenária da Conferência Episcopal Argentina (CEA), o presidente do Episcopado, Dom Eduardo Vicente Mirás, comprometeu os bispos a refletir sobre a juventude, a adolescência, a infância e a educação.
O Arcebispo de Rosário explicou que “as condições culturais deste tempo acentuam alguns destes problemas e por isso exigem cuidadosa reflexão”, e acrescentou que “neste momento da história, a humanidade, achando equivocadamente que se submeter à vontade de Deus mutila a existência ou coage a liberdade, inclina-se perante a ilusão de viver ligada a seu exclusivo parecer, e rejeita a autêntica imagem de Deus e sua lei”.
“Isto torna difícil que sejam aceitas as normas que Ele inscreveu na natureza; e mais difícil ainda que sejam interpretadas como mostras de seu amor providencial”, acrescentou o Prelado.
Dom Mirás ressaltou que por pressão da “cultura global” que “cega as consciências”, coloca em dúvida, por exemplo, “o direito à vida do não nascido; busca-se pretextos para admitir a clonagem humana; absolutiza o sexo, independizando-o de seu fim próprio e natural, e se pretende a autonomia absoluta do temporal sem relação com o fim transcendente da pessoa humana”.
Após denunciar a existência da “idolatria do egoísmo individualista”, perguntou-se se “não é tentativa de suprimir a Deus toda proposta contrária às que Ele gravou no coração de cada ser humano. Que outra coisa é a promoção de costumes inéditos e os projetos que tentam dar-lhes valor legal, ou as estratégias para incluí-los na sociedade obviando o debate correspondente? Por exemplo: o crime do aborto voluntário, a eutanásia, a identificação do valor dos direitos de qualquer tipo de convivência, a disfarçada justificação da corrupção econômica e das desigualdades que se dão entre os indivíduos frente à lei”.
“Não se pode evitar o assombro por frivolidade com que esses problemas são publicamente tratados”, destacou o Arcebispo e acrescentou que “faltam princípios éticos que sejam comuns a todos. Desta maneira a comunidade social se torna difícil e tendendo a inclinar-se aos extremos”.
“Queremos rogar a Jesus –continuou o Prelado– pelas necessidades do povo. Somos conscientes do baixo apreço que, neste momento da história, há pelos valores morais, e desejamos receber sua sabedoria e sua graça, que nos assistam na tentativa de recriá-los e promovê-los”.
A reunião dos bispos realiza-se na casa de exercícios Maria Auxiliadora, de São Miguel, e se durará até o sábado 15 de maio.
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