VATICANO, Dec 9, 2004 / 16:26 pm
A Sala de Imprensa da Santa Sé deu a conhecer hoje a mensagem de João Paulo II para a XCI Jornada Mundial dos Emigrantes e Refugiados 2005, datado em 24 de novembro de 2004 e centrado no crítico tema dos emigrantes no mundo.
Na Carta, o Pontífice afirma que a integração “é um processo longo, encaminhado a formar sociedades e culturas, fazendo que sejam cada vez mais reflexo dos multiformes dons de Deus aos homens”.
“Nesse processo –sublinha-, o emigrante se esforça por dar os passos necessários para a integração social, como a aprendizagem da língua nacional e a adequação às leis e às exigências do trabalho, a fim de evitar a criação de uma diferenciação exasperada”.
Na mensagem, centrado nas implicações da dimensão intercultural da emigração, o Santo Padre escreve também que “ao inserir-se em um ambiente novo, o imigrante com freqüência toma maior consciência de quem é, especialmente quando sente a falta de pessoas e valores que são importantes para ele”.
“Em nossas sociedades, marcadas pelo fenômeno global da migração, é preciso procurar um justo equilíbrio entre o respeito da própria identidade e o reconhecimento da alheia. Com efeito, é necessário reconhecer a legítima pluralidade das culturas presentes em um país, em compatibilidade com a tutela da ordem, de que dependem a paz social e a liberdade dos cidadãos”.
“Com efeito –segue o Santo Padre- devem-se excluir tanto os modelos de assimilação, que tendem a fazer com que o outro seja uma cópia de si, como os modelos de marginalização dos imigrantes, com atitudes que podem levar inclusive à prática do 'apartheid'”. O Papa acrescenta que é necessário “o diálogo entre homens de culturas diversas em um marco de pluralismo que vai além da simples tolerância e chegue à simpatia. Em troca, deveria-se promover uma fecundação recíproca das culturas”.
“Os cristãos –conclui o Santo Padre- devem pregar o Evangelho de Cristo a todas as gente... respeitando a consciência de outros”.
Além disso, “devem acima de tudo escutar o grito de ajuda que lançam tantos imigrantes e refugiados, e em seguida devem promover, com um compromisso ativo, perspectivas de esperança, que antecipem o alvorada de uma sociedade mais aberta e solidária. A eles, em primeiro lugar, corresponde descobrir a presença de Deus na história, inclusive quando tudo parece estar ainda envolto em trevas”.
Cifras
Atualmente existe no mundo 175 milhões de pessoas que vivem como emigrantes e se encontram fora de sua terra natal. Há 56 milhões na Europa, 50 milhões na Ásia, 41 milhões na América do Norte, 16 milhões na África e 6 milhões nos países da América Latina, o Caribe e Oceania.
Os Estados Unidos conta com o maior número de emigrantesAs melhores notícias católicas - direto na sua caixa de entrada
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