23 de novembro de 2024 Doar
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Sentença contra crucifixos na Itália procura "eliminar símbolos mais queridos", diz Cardeal Bertone

O Secretário de estado Vaticano, Cardeal Tarcisio Bertone, assinalou que a sentença do tribunal da corte européia de Estrasburgo vetando os crucifixos nas salas de aula italianas é lamentável e que é "verdadeiramente uma perda" já que é necessário "conservar os sinais da nossa fé para os que crêem cria e para os que não crêem também".

Em suas declarações desta manhã, o Cardeal denunciou ademais que "esta Europa do terceiro milênio nos deixa somente as abóboras das festas recentemente celebradas e elimina os símbolos mais queridos".

Depois de expressar sua avaliação pela iniciativa do governo italiano, que anunciou um recurso contra a decisão dos juízes europeus, o Cardeal Bertone recordou que o crucifixo "é símbolo de amor universal, não de exclusão mas sim de acolhida".

"Pergunto-me se é que esta sentença é um sinal de razoabilidade ou não", concluiu.

Por sua parte, L'Osservatore Romano recorda em sua edição de hoje as palavras da Natalia Ginzbug, quem em 22 de março de 1988 escrevia em "l'Unitá", o jornal fundado por Antonio Gramsci do Partido Comunista Italiano que "o crucifixo não gera nenhuma discriminação. É a imagem da revolução cristã que difundiu pelo mundo a idéia da igualdade entre os homens".

Estas palavras, diz o LOR, "há mais de vinte anos de distância, expressam um sentimento ainda bastante compartilhado na Itália" como o anúncio do governo de apelar da sentença. "O mundo político evidenciou quase unanimemente a falta de bom sentido desta sentença, reiterando que a laicidade das instituições é um valor muito distinto à negação do papel do cristianismo", acrescenta.

Logo depois de ressaltar que já em 2006 o Conselho de Estado da Itália precisou que é legítima a presença dos crucifixos nas salas de aula, LOR esclarece que com a sentença da Corte de Estrasburgo faz parte de uma tendência que busca "um futuro não muito longínquo formado por ambientes públicos sem referências religiosas e culturais pelo temor de ofender a sensibilidade de outros".

Em realidade, assinala, "não é com a negação mas com a acolhida e o respeito das diversas identidades que se defende a idéia da laicidade do Estado e se favorece a integração das distintas culturas".

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