MEXICO D.F., Nov 19, 2009 / 23:10 pm
O destacado jornalista Carlos Vila Roiz, escreveu um artigo de opinião no qual pede aos mexicanos conhecerem sua história e não acreditar nas supostas “profecias” sobre o fim do mundo que roteiristas de Hollywood atribuem aos maias no filme “2012” mas que em realidade nunca existiram.
No artigo publicado por “Impacto El Diario” e recolhido pelo Sistema de Informação da Arquidiocese do México (SIAME), Vila Roiz recorda que os maias surgiram por volta dos 1500 a.C. e existiram até finais do século XVII.
“Entre eles havia astrônomos, matemáticos, sacerdotes, militares, homens sábios que desenvolveram dois calendários complexos, mas precisos apoiados na conta dos Katunes (períodos de 20 anos). Estes eram o solar ou civil de 365 dias e o Tzolkin, lunar ou ritual de 260. Ambos se conjugavam porque são divisíveis entre cinco”, explicou.
Assinalou que “se ambos (calendários) marcam-se em duas engrenagens, dariam voltas e voltas até a eternidade e cada vez que acabasse um ciclo iniciaria outro, obviamente. O mesmo ocorre com o calendário gregoriano, em que levamos pouco mais de dois milênios”.
Vila Roiz afirmou que “embora haja diferentes interpretações das equivalências das datas maias com nosso calendário, isto foi aproveitado pelo diretor do filme para inventar que em 2012 será o fim de uma era, e sua fantasia foi adornada com o suicídio de uma comunidade de maias (já mestiços), que estavam desolados porque chegava o tempo no que se cumpririam as ‘profecias’ maias”.
Segundo o jornalista, “tratando-se de novelas e cinema, os roteiristas podem fazer o que quiserem, incluir seres de outros mundos, duendes, bruxas ou o que queiram. O resultado pode ser divertido ou deplorável e ofensivo para alguns como é o caso dos livros de Dan Brown. O que resulta preocupam-se é que as pessoas acreditem neles e que convertam estas fantasias em dogmas supostamente ocultos”.
“Em pleno século XXI, quando muita gente se separa das religiões históricas sob o influxo do materialismo, o relativismo e a metodologia científica, resulta deplorável que ocupem estes vazios os horóscopos, a leitura do tarô ou do café e o cinema”, indicou.
Vila Roiz explicou que “os maias desenharam no Códice Dresde o que dizem outros livros de tradição indígena como o Popol Vuh: A destruição da humanidade a causa do dilúvio universal, evento que se repete quase em todas as culturas, como por exemplo, entre os huicholes de Jalisco e Nayarit. A lenda dos Cinco Sóis e seus equivalentes aponta para o passado e os filósofos e cineastas modernos, a partir disso, podem deduzir que os ciclos da natureza se repetem, mas isso dista muito do fato de que os maias tenham prognosticado para 2012 qualquer tipo de destruição como mostra o filme”.
O autor lamenta que “no México, aonde vergonhosamente se lê, se acaso, dois livros ao ano, muita gente acreditava em todas estas mentiras” e por isso pede “à Secretaria de Educação que os alunos leiam Sylvanus G. Morley, um dos ‘mayistas’ mais destacados de todos os tempos. Por enquanto, o único que a Bíblia afirma sobre o fim do mundo: ‘Ninguém sabe o dia nem o hora, só o Pai”.
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