22 de novembro de 2024 Doar
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Jornal italiano: "Ecologismo" do Papa é superior ao de Al Gore

O editorial de ontem do jornal italiano Il Foglio, dirigido pelo agnóstico Giuliano Ferrara, destaca o "ecologismo" do Papa expresso em sua mensagem para a Jornada Mundial da Paz dado a conhecer ontem, que tem Deus como ponto central de referência e o homem como senhor da criação; e explica também que esta posição é distinta e superior à exposta pelo Ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore.

No editorial titulado "O Papa denuncia a crise ecológica mas não se inscreve na igreja de Al Gore" (quem ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 2007 por seu ativismo sobre a mudança climática) se ressalta que Bento XVI denuncia uma série de desafios relacionados à natureza, e precisa que "afirmar a crise ecológica não significa compartilhar a religião ambientalista ou o ambientalismo como religião".

"A fé do Papa –prossegue o editorial do Il Foglio– é distinta, impregnada pela transcendência de um Deus que cria o homem à sua imagem e semelhança para confiar a ele a natureza, e evidentemente não necessita crenças substitutas, nem ideologias encobertas pela ciência".

Ao contrário, diz o texto, "o Papa adverte sobre o perigo de absolutizar a natureza e conferir uma primazia sobre a pessoa, coisa fácil de fazer se a pessoa não for mais que uma partícula da natureza ou se for considerada a ideologia reducionista e determinista que exclui, além da certeza científica, a liberdade autoconsciente da humanidade".

A editorial ressalta logo que "egocentrismo e biocentrismo são as palavras escolhidas (por Bento XVI) para explicar que o meio ambiente e a vida vegetal e animal são parte de um desenho no qual o homem e a mulher estão à frente de seu governo e custódia, em quanto criaturas humanas diferenciadas no plano do ser, de sua constituição física e metafísica, em relação à criação confiada às suas mãos".

"Bento XVI –prossegue Il Foglio– fala de um ‘panteísmo com acentos neopagãos que fazem derivar apenas da natureza, no sentido puramente naturalista, a salvação do homem’. Esta não pode não ser a gramática de fé de um pastor, do bom pastor dos católicos. É também um indício de civilidade e de cultura, uma sintaxe interessante para nós os leigos e modernos (e pós-modernos)".

Finalmente, o editorial do jornal dirigido pelo agnóstico Ferrara assinala que "de fato também nós há um tempo nos surpreendemos e censuramos intelectualmente, apoiados em critérios racionais ligados ao relato bíblico, o ambientalismo mágico dos gurus e das associações militantes para a redenção globalista, especialmente quando se intercambiam duvidosos e-mails manipuladores, em uma dança idolátrica como tantas outras, movidos por potentes interesses privados, como se fosse algum tipo de magia".
 

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