VATICANO, Feb 17, 2010 / 12:35 pm
Na Audiência Geral desta quarta-feira na Sala Paulo VI, o Papa Bento XVI assinalou que "iniciamos hoje, a Quarta-feira de Cinzas, o caminho quaresmal, que dura quarenta dias e que nos conduz à alegria da Páscoa do Senhor" e explicou que este tempo é um especial caminho de conversão a Cristo que "é o caminho pelo qual todos estamos chamados a caminhar na vida".
Recordando a fórmula "Converte e crê no Evangelho" da imposição das cinzas, o Santo Padre afirmou que "converter-se significa mudar a direção no caminho da vida. É ir contracorrente, onde a ‘corrente’ é o estilo de vida superficial, incoerente e ilusória, que freqüentemente nos arrasta, nos domina e nos faz escravos do mal ou prisioneiros da mediocridade moral".
Entretanto, prosseguiu, "com a conversão se tende à medida mais alta da vida cristã, confia-se no Evangelho vivo e pessoal, que é Jesus Cristo. Sua pessoa é a meta final e o sentido profundo da conversão, é o caminho pelo qual todos estamos chamados a caminhar na vida, deixando-nos iluminar por sua luz e sustentar por sua força que move nossos passos".
"O ‘Converte e crê no Evangelho’ não está apenas no início da vida cristã, mas acompanha todos seus passos, renova-se e difunde em todas suas expressões. Cada dia é momento favorável e de graça, também quando não faltam as dificuldades e a fatigas, as quedas, quando temos a tentação de abandonar o caminho do seguimento de Cristo e de nos fecharmos em nós mesmos, em nosso egoísmo, sem dar-nos conta da necessidade que temos de abrir-nos ao amor de Deus em Cristo, para viver a mesma lógica de justiça e de amor".
Bento XVI sublinhou que "frente ao medo inato do fim, e sobre tudo no contexto de uma cultura que tende em tantos modos a censurar a realidade e a experiência humana da morte, a liturgia quaresmal nos recorda, por um lado, a morte, convidando-nos ao realismo e à sabedoria, mas por outro lado, impulsiona-nos sobre tudo a acolher e a viver a novidade inesperada que a fé cristã revela na realidade da mesma morte".
"O ser humano é pó e ao pó voltará, mas é pó precioso aos olhos de Deus, porque Ele criou ao homem destinando-o à imortalidade. Também o Senhor Jesus quis compartilhar livremente com cada homem a fragilidade, em particular através de sua morte na cruz; mas precisamente esta morte, cheia de seu amor pelo Pai e pela humanidade, foi a via para a ressurreição gloriosa, por meio da qual Cristo se converteu em fonte de uma graça dada a quantos acreditam nele e participam de sua mesma vida divina".
O Papa ressaltou que a imposição das cinzas "é um convite a percorrer o tempo de Quaresma como uma imersão mais consciente e mais intensa no mistério pascal de Jesus, em sua morte e ressurreição, mediante a participação na Eucaristia e na vida de caridade, que nasce da Eucaristia e na qual encontra seu cumprimento".
"Com a imposição da cinza renovamos nosso compromisso de seguir a Jesus, deixando-nos transformar por seu mistério pascal, para vencer o mal e fazer o bem, para fazer morrer a nosso ‘homem velho’ ligado ao pecado e fazer nascer o ‘homem novo’ transformado pela graça de Deus", concluiu.
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