23 de novembro de 2024 Doar
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Bispos venezuelanos exigem um “diálogo autêntico” entre Governo e oposição

Ao concluir a 83º Assembléia Plenária da Conferência Episcopal Venezuelana (CEV), os bispos do país fizeram um enérgico chamado ao Governo e a oposição a cercar um “diálogo autêntico” e advertiram que “com vinganças, exclusões e abusos não construiremos uma Venezuela humana, justa, solidária e fraterna”.

No documento intitulado “Diálogo e perdão para a paz”, os prelados afirmaram que “um gesto” que permitiria iniciar esse processo de reconciliação seria que o presidente Hugo Chávez indultasse a todos os detentos e perseguidos “por razões políticas”. O Arcebispo de Cumaná, Dom. Diego Cadastro, informou que “imediatamente enviaremos uma carta ao senhor Presidente, formalizando esta proposta de indulto”.

O Prelado explicou que a petição a formulam atendendo não só os chamados das famílias dos afetados mas também “o clamor que se ouve na Venezuela. Os meios de comunicação continuamente estão nos dando conta das exigências da família dos detidos”.

No texto, os bispos criticaram a aprovação das leis de Responsabilidade Social em Rádio e Televisão (Lei de Conteúdo) e a reforma do Código Penal pois “ameaçam a liberdade civil”; e alertaram que “uma sociedade em que se restrinja, embora seja legalmente, a liberdade de opinião e o desacordo, e em que se imponha, sem mais, a decisão cortante da maioria sem deixar espaço ao intercâmbio e conjunção de propostas, fecha praticamente o caminho da verdade, que não é monopólio de nenhum setor em particular”.

Os prelados pediram aos parlamentares que dêem prioridade à legislação social e educativa e que não sigam “privilegiando a normativa repressiva ou punitiva”. Do mesmo modo, mostraram sua preocupação pelo protagonismo quase exclusivo do Poder Executivo” e pela excessiva concentração de poder” que escava o princípio de autonomia dos poderes públicos e “abre as portas a uma ditadura sob a aparência de legalidade”.

Dom. Cadastro descartou a possibilidade de que as observações formuladas pelo Episcopado desatem um novo enfrentamento com o governo de Hugo Chávez. “Nós não estamos advogando por nenhuma parcialidade. Estamos assinalando atitudes e enganos que terá que corrigir, porque temos juízo e não podemos calar”.

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