SÃO PAULO, Mar 31, 2010 / 18:03 pm
Devido à campanha da mídia contra Igreja nos últimos dias, se intensificaram a série de denúncias de possíveis abusos sexuais cometidos por alguns membros da Igreja. Também aumentam as insinuações de que a hierarquia católica tenha omitido e, em alguns casos, protegido os envolvidos, lançando acusações sem fundamento ao Papa Bento XVI. Em entrevista exclusiva ao jornal “O São Paulo” da arquidiocese da capital paulista, o cardeal Pedro Odilo Scherer pede senso crítico aos fiéis e garante que "a Igreja não nega, mas lamenta imensamente os males causados a outros e a ela própria por membros dela".
“Os cristãos são convidados a ter senso crítico e a manter sua serenidade e sua confiança na Igreja. É preciso separar o joio do trigo”, afirmava Dom Odilo em sua entrevista. Mais adiante o arcebispo asseverou que “a Igreja não nega, mas lamenta imensamente os males causados a outros e a ela própria por membros dela. A Igreja não ensina a cometer crimes, não os aprova e não os acoberta e deixa claro que cada um deve responder pelos seus atos perante Deus e a lei dos homens também”.
Referindo-se às notícias de alguns meios sobre uma presumida responsabilidade pessoal do Papa Bento XVI no acobertamento de crimes de padres Dom Scherer afirma que esta campanha “é forçada e instrumentalizada, em função de intenções não declaradas. E a aplicação dos crimes cometidos por alguns a toda a Igreja e a cada padre é injusta. Por outro lado, é preciso reconhecer que, quando se apontam "defeitos" na Igreja, ou nos seus membros, é porque se esperam dela e de cada um de seus membros comportamentos e atitudes que deixem claros e perceptíveis os altos valores e ideais que ela prega e nos quais ela crê”, ressaltou o Arcebispo.
“Tenho a impressão, infelizmente, que também existe uma ação orquestrada para, de modo forçado, responsabilizar pessoalmente o Papa por todos esses males”, esclareceu.
Segundo o cardeal arcebispo isto “é injusto, lamentável e causa muita dor. De fato, em primeiro plano não aparece a defesa das vítimas dos crimes, mas os ataques ao próprio Papa e à Igreja. A quem isso interessa? Rezemos pelo papa e mantenhamos firme a nossa confiança na Igreja. Ela precisa, em cada um de seus membros, de constante conversão e busca da santidade; mas, tenhamos a certeza disso: Jesus prometeu estar sempre com ela”, asseverou o Arcebispo de São Paulo.
Ao ser perguntado sobre a matéria da revista "Isto é" da semana passada, afirmando que a Santa Sé está treinando exorcistas por atribuir os escândalos sexuais à possessão demoníaca... Dom Odilo afirmava que a reportagem citada é “sensacionalista”.
“ Embora a Igreja nunca tenha deixado de ensinar que o demônio existe e é um ser pessoal, e não uma "energia negativa", e tenha sempre mantido o rito de exorcismos, não tenho nenhum conhecimento de alguma recomendação especial do Papa para que, agora, se intensifiquem exorcismos na Igreja, nem que os exorcismos resolveriam o problema dos escândalos sexuais de alguns membros do clero”.
“Isso é ridículo”, declarou o prelado.
Para o cardeal Scherer a solução para estes problemas reside na “conversão da vida e levar novamente a sério os mandamentos da Lei de Deus, os preceitos morais decorrentes do Evangelho de Cristo e da lei natural. E isso é muito mais urgente que treinar exorcistas”, assinalou.
Finalmente o Arcebispo afirma a que os católicos “não devemos deixar-nos levar por essa "marquetização" da religião e da nossa fé. Nossa tarefa é promover com coragem e intensidade o anúncio da verdade e a formação das consciências à luz da verdade da Palavra de Deus e na retidão da lei moral”.
A entrevista na íntegra pode ser vista na página do Jornal “O São Paulo” da Arquidiocese paulista através do link: http://www.arquidiocesedesaopaulo.org.br/noticias/2010/noticias_100330_especial.htm
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