20 de dezembro de 2024 Doar
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Nazistas também usaram pedofilia em campanha contra a Igreja Católica

O jornal espanhol La Razón publicou uma reportagem na qual explica que a tentativa de desqualificar a Igreja Católica em escala internacional através de acusações de imoralidade e pedofilia aos sacerdotes é um velho recurso nazista, que foi utilizado por Joseph Goebbels, ministro da propaganda de Hitler.

"Assim o demonstram os documentos que o chefe de contra-espionagem militar alemão, Whilelm Canaris, fez chegar ao Papa Pio XII, antes de ser suspendido por tentar assassinar Hitler em 1944", explica A Razão.

Depois da publicação em 1937 da encíclica Mit brennender Sorge (em alemão, ‘Com ardente inquietação’, dirigida aos bispos da Alemanha) de Pio XI, que condenava abertamente a ideologia nazista, o ministro da Propaganda nazista, Joseph Goebbels, "lançou uma única resposta pública e começou a trabalhar na sombra".

"Ao final desse mesmo mês, o Ministério de Propaganda lançou a campanha contra os abusos sexuais de sacerdotes, que levou a aprisionar mais de 300 sacerdotes e religiosos em 1937, dos quais finalmente foram condenados 21 –alguns sob falsa acusação– e enviados a campos de extermínio", explica o jornal espanhol.

Antes da encíclica, deram-se na Alemanha alguns casos de abusos a menores. Os casos –que embora poucos, eram reais– tinham determinado uma firme reação no Episcopado alemão e com as severas medidas tomadas nessa ocasião, os bispos responderam ao problema. Apesar disto, a campanha de desprestígio de Goebbels seguiu em marcha.

Massimo Introvigne, sociólogo italiano, explica no jornal italiano Avvenire que em 1937 o chefe do serviço de contra-espionagem militar alemão, o almirante Wilhelm Canaris, encarregou o advogado católico Josef Müller de levar a Roma uma série de documentos secretos sobre o assunto, porque desaprovava as manobras de Goebbels contra a Igreja. Müller levou os documentos secretos ao Papa Pio XII.

La Razón assinala que "com a aprovação da Secretaria de Estado, as investigações sobre o complô nazista contra a Igreja foram confiadas ao jesuíta alemão Walter Mariaux, naquela época missionário na Argentina".

Em 1940, Mariaux publicou em Londres e em Buenos Aires, sob o pseudônimo Testis Fidelis, dois volumes sobre a perseguição anti-católica no Terceiro Reich: mais de 700 páginas que provam que foi a encíclica de Pio XI que determinou esta campanha.

O jornal espanhol explica que o Pe. Mariaux "prova isto publicando umas instruções muito detalhadas enviadas por Goebbels à Gestapo alguns dias depois da publicação da encíclica Mit brennender Sorge nas que ordena encontrar testemunhos que acusem um determinado número de sacerdotes, ameaçando-os com prisão imediata se não colaborarem".

O que mais chama a atenção, ressalta La Razón, é "o convite aos jornalistas a reabrirem os casos do ano 37 e também episódios mais antigos, propondo-os novamente à opinião pública para que ocupem as capas dos jornais", algo similar ao que fez o New York Times e a Associated Press.
 

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